Em seu Twitter, o ator se autodenomina: José de Abreu, autoproclamado Presidente do Brasil| Foto: Reprodução

A oposição ao governo Jair Bolsonaro parece completamente perdida e fora da realidade. Com menos de um mês de nova legislatura, mantiveram postura similar a que lhes levou a derrota do pleito eleitoral de outubro: insistem na liberdade de um ex-presidente condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, defendem o ditador Nicolás Maduro e espalham mentiras sobre a reforma da previdência. 

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A mais nova empreitada foi protagonizada pelo ator José de Abreu, que se autodeclarou presidente brasileiro. O que está por detrás da atitude é, na verdade, um falso paralelo entre o que acontece na Venezuela e o Brasil. Pouco importa se o Palácio de Miraflores é ocupado por alguém que fraudou eleições, persegue e exila opositores, controla o judiciário e ignora legislações aprovadas pelo parlamento. A ação objetiva a estética e narrativa, mesmo que em detrimento da consistência, coerência e dos fatos. 

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Pelas medidas anunciadas, o autoproclamado presidente mais se assemelharia a um ditador, já que indicaria usurpar tanto o Legislativo quanto o Judiciário. Ele anunciou a liberdade de Lula, as prisões de Sérgio Moro e de Deltan Dallagnol, além da mudança de capital para o nordeste e peso maior de votos para as minorias que diz se preocupar. 

O ator foi bem sucedido na busca por atenção, sendo até objeto de pronunciamento do deputado Alexandre Frota (PSL-SP) no parlamento. Conseguiu ainda espaço em mídia alinhada com sua visão de mundo para vender, ao longo de mais de uma hora, suas convicções sobre o momento político atual — geralmente em tom conspiratório, e se baseando em diversas notícias falsas. Ele argumenta que Jair Bolsonaro é ilegítimo por ter vencido eleições fraudadas e que poucas pessoas o reconhecem como presidente. 

Nesse mesmo sentido está Jean Wyllys, que vive seu autoexílio interpretando o papel de “embaixador internacional da resistência”. Ele dá palestras em universidades e concede entrevistas a veículos estrangeiros com suas percepções equivocadas sobre o Brasil. Endossa teses como a ideia de golpe parlamentar sofrido por Dilma Rousseff, que Lula é um perseguido político e que a causa da vitória de Bolsonaro foi a homofobia. 

A bem da verdade, ao contrário de Abreu, que não se leva a sério, levando todo o episódio para o campo do humor e da sátira, Jean encarna o personagem de perseguido político. A falsa experiência narrada por ele projeta um verdadeiro espetáculo, recebe atenção na mídia, que aproveita para divulgar a narrativa que colabora com o projeto político em que é alinhado. Mesmo vazia, o objetivo de ocupar a percepção de estética é cumprido, e com ajuda de boa parte da grande mídia, que reserva mais espaço para expor relatos de ameaças do que um laudo que comprova a tentativa de homicídio doloso a outro político, como aconteceu com o vereador Fernando Holiday (DEM-SP). 

“Tudo que vem do governo é ruim” 

A oposição está tratando as relações com o atual governo como uma guerra, deliberadamente empregando uma retórica de exageros. A partir de possíveis retaliações por parte do governo e de sua base aliada, tal tática tende intensificar a guerra partidária e alimentar maiores ressentimentos e a consequente radicalização. 

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Ao criticar qualquer coisa que venha da administração Bolsonaro, a própria oposição ajuda a anestesiar o eleitorado de eventuais críticas legítimas e robustas a que seu governo está sujeito. 

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Não há qualquer esboço que sinalize a possibilidade de uma cooperação, mesmo que o resultado seja negativo aos próprios brasileiros. O melhor exemplo é o tratamento dispensado pela proposta de reforma da previdência — essencial para o reequilíbrio fiscal, sustentabilidade do próprio regime previdenciário e para o Brasil voltar a crescer. Em vez de analisarem o projeto proposto, preferiram receber o presidente com laranjas na mão, em protesto contra os esquemas de candidatura fantasma do PSL e as investigações em relação a Fabrício Queiróz. O PT desinformou sobre o projeto e negou sua necessidade, ignorando que quando ainda comandava o Palácio do Planalto defendia sua realização

Mesmo nos dias que se seguiram, a oposição não firmou algumas premissas, como reconhecer que o Brasil está enfrentando transição demográfica acelerada, que gasta muito mais com previdência do que a média mundial e que tal valor está canibalizando outras despesas do orçamento. Pelo contrário, optou pela demagogia de negar o problema e presta um desserviço ao debate público, divulgando inverdades sobre a questão. 

Isso está dando resultado? 

Alardeou-se que ao comparar o desempenho inicial dos primeiros mandatos dos presidentes eleitos, Bolsonaro teria a pior avaliação histórica da pesquisa CNT/MDA, com 39,8% avaliaram gestão como ótima ou boa

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Precipitados podem concluir que o modus operandi desta oposição histérica está sendo eficaz, porém ao analisar a pesquisa na íntegra e contextualizá-la com tudo que o país vem vivendo, o prognóstico pode ser o exato oposto. 

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Ela mostrou que 57,5% dos brasileiros aprovam o desempenho pessoal do presidente da República, Jair Bolsonaro, o maior índice obtido por um presidente desde novembro/2013. Há ainda a percepção de que seu governo está sendo melhor do que o de seus antecessores e de que nos próximos 6 meses o governo será bem sucedido em melhorar a situação de diversas áreas, como segurança, emprego, educação, saúde e renda mensal. Na série histórica, é o melhor cenário dos últimos anos. 

Mesmo cometendo diversos erros, é bom lembrar que a oposição vendeu ao longo de todo o segundo turno a alarmista ideia de que eleição de Bolsonaro representaria um governo fascista que ceifaria a democracia brasileira. Para superar as expectativas, a única coisa que o presidente precisa fazer é não ser o própria reencarnação de Adolf Hitler.

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