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Atores se apresentam durante o show “vermelho” chamado “Return to Yan’an” em um teatro no recém-inaugurado parque com tema revolucionário em Yan’an, província de Shaanxi, China, 12 de junho de 2021. “Return to Yan’an” conta a história da Longa Marcha do Exército Vermelho do Partido Comunista Chinês durante a guerra civil em 1934.
Atores se apresentam durante o show “vermelho” chamado “Return to Yan’an” em um teatro no recém-inaugurado parque com tema revolucionário em Yan’an, província de Shaanxi, China, 12 de junho de 2021. “Return to Yan’an” conta a história da Longa Marcha do Exército Vermelho do Partido Comunista Chinês durante a guerra civil em 1934.| Foto: EFE/EPA/ROMAN PILIPEY

O Partido Comunista Chinês anunciou esta semana que aumentará em 7,1% o orçamento do Exército de Libertação Popular.

O anúncio ocorreu na abertura da sessão do Congresso Nacional do Povo – a reunião anual do parlamento de fachada. Assim, é só uma questão de tempo os recursos extras começarem a seguir para o Exército de Libertação Popular.

Este aumento continua a série de aumentos constantes no orçamento militar da China. Desde 2018, o Partido Comunista Chinês aumentou o orçamento do Exército de Libertação Popular em mais de 28%, com acréscimos anuais consecutivos entre 8,1% e 6,6%.

Compare-se isto ao orçamento de defesa dos EUA, que cresceu pouco mais de 5% entre 2018 e 2021. Porém, caso levemos em conta a inflação, o orçamento de defesa dos EUA decresceu cerca de 3% nestes quatro anos.

Um dos veículos de propaganda favoritos do partido, o Global Times, relatou que “o orçamento de defesa [chinês] proposto marcaria o crescimento de um dígito por sete anos consecutivos, desde 2016, e também um retorno aos mais de sete por cento de aumento.”

O retorno para um aumento de mais de 7% vem depois de anos de crescimentos com dois dígitos, indo de 10,7% a 13% no começo da década de 2010. Ademais, o Exército de Libertação Popular é capaz de conseguir mais recompensas por seus esforços. Para dar um exemplo, os custos laborais chineses são substancialmente mais baixos do que os custos laborais norte-americanos, capacitando-os a mobilizar um exército maior gastando menos.

Além disso, a China pode impor seus custos de defesa às empresas de propriedade do Estado, livrando o orçamento do Exército de Libertação Popular dessas despesas.

De qualquer modo, o Partido Comunista Chinês tem modernizado constantemente suas forças armadas e investido nelas com o objetivo geral de torná-las inteiramente mecanizadas e informatizadas até 2027.

Esta é uma avaliação compartilhada pelo gabinete do Diretor de Inteligência Nacional em seu relatório anual de ameaças, no qual afirma que “Pequim está acelerando o desenvolvimento das capacidades chaves que acredita serem necessárias ao Exército de Libertação Popular para enfrentar os Estados Unidos em um conflito continuado de larga escala.”

O relatório defende que a “China continuará seguindo a sua meta de construir uma classe militar mundial que lhe dará a capacidade de assegurar suas perspectivas quanto aos seu território soberano, estabelecer sua preeminência em questões regionais e projetar o poder globalmente enquanto contrabalança a suposta superioridade militar dos EUA.”

Está claro que a Comunidade de Inteligência acredita que o Partido Comunista Chinês quer usar a força bruta para impor sua ideologia, como mostra sua repressão brutal em Hong Kong.

Hoje estamos vendo o que um poder autoritário imbatível é capaz de fazer para subjugar seu vizinho democrático na Ucrânia, já que as tropas russas destroem cidades e alvejam populações civis indiscriminadamente.

Os Estados Unidos e o mundo prestarão muita atenção ao que o presidente chinês Xi Jinping e a liderança do Partido Comunista Chinês vão inferir da resposta ocidental à agressão da Ucrânia pela Rússia. O Partido Comunista Chinês está investindo na construção de capacidades das quais precisará para subjugar e dominar seus vizinhos.

Uma das lições a serem aprendidas é que ditadores como Vladimir Putin, da Rússia, só se detêm com a perspectiva de uma resposta militar forte de determinados aliados. Se temos esperanças de impedir a China de coagir seus vizinhos do mesmo jeito, será necessário os EUA terem forças armadas fortes e capazes.

*Frederico Bartels é analista de políticas de orçamento de defesa no Instituto Davis de Segurança Nacional e Política Externa da The Heritage Foundation.

©2022 The Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês.
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