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Duplo padrão: cassinos e protestos são liberados enquanto igrejas permanecem fechadas nos Estados Unidos
Duplo padrão: cassinos e protestos são liberados enquanto igrejas permanecem fechadas nos Estados Unidos| Foto: Kzenon

Os bons americanos que estão se sentindo perplexos nestes dias atuais não deveriam se envergonhar por isso. Há algumas boas razões para essa perplexidade.

Em nome da saúde e da segurança, o governo pede para que deixemos de lado algumas de nossas liberdades individuais que antes nos eram garantidas: ir trabalhar, ir à igreja, mandar nossas crianças para a escola, encontrar nossos amigos no nosso restaurante favorito.

Nós andamos por aí vestindo máscaras irritantes e tentando respeitar os limites do distanciamento social.

Mas os americanos decentes estão perplexos porque nós acreditávamos que ao permitir uma ação maior do governo em nossos espaços privados isso aconteceria de maneira uniforme. Que, ao permitir ao governo essa presença, nós estaríamos todos fazendo uma espécie de sacrifício em favor de um bem maior, de uma grande necessidade.

Em vez disso, quando se olha para os lados o que se vê é o caos. Nós não vemos nada sendo feito de maneira uniforme.

Os protestos, geralmente violentos, estão varrendo nossas cidades. Os mesmos agentes públicos que dizem para mantermos nossas crianças em casa; que dizem para não rezarmos nas igrejas, como sempre fizemos; que limitam os nossos espaços de trabalho e convivência estão tendo outra atitude, muitas vezes de aprovação, aos baderneiros que estão destruindo nossas cidades.

Uma maior demanda por parte do governo deveria significar um maior respeito pelas leis.

Mas o que vemos é o oposto: o governo trazendo mais e mais demandas enquanto o desrespeito pelas leis aumenta país afora.

Acabamos de ver uma decisão da Suprema Corte negando que as igrejas de Nevada tenham um tratamento similar aos cassinos quanto à capacidade de público por conta da Covid-19. E esse pedido das igrejas foi negado sem quaisquer explicações.

O juiz Samuel Alito foi ao cerne da questão ao discordar da decisão, dizendo: “Há meses os estados e suas subdivisões vêm respondendo à pandemia com uma imposição sem precedentes de restrições às liberdades individuais, inclusive ao livre exercício da religião. (...) Quatro meses se passaram desde que a pandemia foi declarada. Agora o problema não é mais exigir a abertura, mas considerar que os locais de culto estão sofrendo discriminação.”

“[O caso envolvendo] a Igreja do Calvário também nos chama a atenção,”, continuou Alito, “evidenciando o fato de o governador favorecer certos setores sobre outros. Enquanto um grande número de pessoas protestando claramente viola o previsto nas medidas [de combate à pandemia] que proíbem aglomerações com mais de 50 pessoas, o governador não só não cumpriu esta medida como participou do protesto e o apoiou publicamente.”

Estou aqui olhando para uma fotografia de uma marcha de pessoas em protesto, muito próximas umas às outras, pelas ruas de Oakland, Califórnia, o mesmo estado que limita o público a 25% da capacidade e proíbe até mesmo os cânticos de louvor nas igrejas.

Em maio, a Suprema Corte rejeitou um recurso da Igreja Pentecostal South Bay United da cidade de Chula Vista, Califórnia, sobre as restrições de público nas igrejas. O juiz Brett Kavanaugh, em seu voto favorável ao recurso, apontou que empreendimentos laicos, como supermercados, restaurantes e salões de beleza, não sofrem as mesmas restrições que as casas de louvor e adoração.

Um grupo de judeus ortodoxos processou o governador e o prefeito de Nova York pela falta de uniformidade em estabelecer os limites entre os templos e os empreendimentos laicos, os protestos e manifestações.

Andar de mãos dadas com a violência e a barbárie é apoiar essa onda nacional de crimes.

O Wall Street Journal traz reportagens onde mostra aumento no número de homicídios em Milwaukee, Chicago, Nova York, Los Angeles e Kansas City.

Ao mesmo tempo, há violência e destruição causada pelos protestos em Seattle, Portland e Louisville.

Não é possível ter uma sociedade livre e civilizada sem leis. E essas leis perdem o sentido quando deixam de ser seguidas por todos e quando não são aplicadas de maneira uniforme. Os políticos precisam seguir a lei. O caos que estamos presenciando é um dos sintomas de quando acontece o contrário, de quando as leis seguem os políticos.

Cidadãos bem intencionados não podem sacrificar suas liberdades em um ambiente como este. Precisamos tomar a iniciativa de reabrir nossas escolas, nossas igrejas e nossas empresas.

Em meio a todo esse caos, os cidadãos precisam retomar o controle das próprias vidas. Eles têm um dever cívico a cumprir. Isso vai ajudar a recuperar esta nação.

*Star Parker é colunista do Daily Signal e presidente do Center for Urban Renewal and Education.

© 2020 Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês
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