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Diferentemente do que houve com a vacinação contra Covid de adultos, para a qual rapidamente se consolidou um consenso mundial de necessidade e urgência, o caso da vacinação infantil prossegue dividindo a opinião das autoridades sanitárias de vários países. A Suécia, a Noruega e o México, por exemplo, optaram por não recomendar como necessária a vacinação de crianças a partir dos cinco anos contra a COVID-19.

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O governo mexicano cita como motivo as recomendações da própria OMS de alcançar amplamente grupos de maior risco como os idosos antes de se pensar em vacinar crianças. A Suécia explica que, ao avaliar consequências, entendeu que os riscos da doença para crianças são baixos demais para justificar uma exposição delas a potenciais efeitos adversos das vacinas.

Isso não significa que esses países não estejam oferecendo as doses a quem as quer. A vacina é ofertada gratuitamente na Noruega para crianças a partir de cinco anos pelo Instituto Nacional de Saúde Pública (FHI, na sigla local). De acordo com o órgão, 90% dos adultos já receberam duas doses no país. Toda a vacinação na Noruega é voluntária. Em um panfleto informativo, o FHI diz que “ter COVID-19 confere proteção tão boa contra a reinfecção quanto a vacina”. Ele informa também que no último mês, 42% das crianças hospitalizadas com menos de 18 anos eram bebês com menos de um ano de idade (39 de 93 hospitalizados), para os quais nenhuma vacina foi aprovada. A internação geralmente é de curto prazo, pode ser devida ao cuidado extra dedicado a essa faixa etária e é inferior à observada no outono de 2021 no país, assegura o instituto.

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Já a Agência de Saúde Pública da Suécia informa que 84% da população sueca acima de 12 anos se vacinou com duas doses, 55% acima dos 18 anos tomaram a terceira. No caso da vacinação infantil, o país faz campanha apenas para a imunização de crianças que pertençam a grupos de risco.

O Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC) mantém estatísticas de internações e mortes por covid em crianças. Em todos os anos estudados, mais crianças são hospitalizadas ou morreram por gripe do que por Covid nos dois anos da pandemia. Em conjunto com a Administração de Alimentos e Drogas (FDA), a instituição aprovou uma terceira dose para jovens a partir dos 12 anos em janeiro.

Exagero dos EUA?

As autoridades americanas estão enfatizando tanto as vacinas em adolescentes que o estado de Nova York produziu uma diretriz na qual restringe a participação em atividades extraclasse somente aos estudantes partir dos 12 que tenham tomado a terceira dose.

Para David Zweig, articulista da revista The Atlantic, que ouviu muitos especialistas sobre o assunto, a postura americana é uma anomalia no cenário global em se tratando de políticas de vacinação para crianças, já que muitos países desenvolvidos adotaram uma postura mais cautelosa. “Se olharmos de perto os dados primários do CDC e da Pfizer, descobriremos uma história de comunicações enganosas das agências de saúde e uma política míope, às vezes em conflito com a ciência”, diz o autor. No Reino Unido, por exemplo, a terceira dose para maiores de 12 só é dada para jovens com comorbidades sérias. Na Irlanda, não permitem que menores de 16 tomem a dose de reforço. Além da Suécia, a Dinamarca, o Japão e a Espanha aprovaram dose de reforço apenas para adultos.

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