Se mutilações genitais decorrentes de ritos religiosos são acertadamente condenadas, por que as mutilações genitais da ideologia de gênero são aceitas?| Foto: Bigstock
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A esquerda não desistirá de impor a destrutiva ideologia de gênero.

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Até aqui, o presidente Joe Biden assinou um decreto radical sobre o assunto e a Câmara, controlada pelos democratas, acabou de aprovar a Lei de Igualdade — cujo objetivo é tornar a ideologia de gênero a ortodoxia do nosso tempo.

Parece que a indicada de Biden para o cargo de secretária-assistente de saúde dos Estados Unidos, a ex-secretária de saúde da Pensilvânia, Rachel Levine, planeja avançar ainda mais com essa ideologia.

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As qualificações de Levine já foram questionadas. Na quinta (25), porém, a falta de qualificações de Levine foi exposta por uma pergunta feita pelo senador Rand Paul durante a audiência de Levine.

Paul, que é oftalmologista, expôs e condenou a “destruição cirúrgica da genitália de menores” que ocorre em nome da “medicina trans”, que conta com o apoio explícito de Levine.

Ele disse ainda que intervenções hormonais, como o uso de bloqueadores de puberdade e hormônios do sexo oposto, são tão destrutivas quanto as cirurgias, uma vez que alteram permanentemente o corpo e causam esterilização.

Paul está certo ao comparar a mutilação genital e o “tratamento trans” voltado a menores. Em qualquer outro caso, a destruição física da genitália de um menor como resultado de pressões sociais seria chamada de “mutilação genital”.

Na verdade, essa é a descrição da mutilação genital, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. Causar um dano irreversível desses ao corpo das crianças deveria ser um ato condenável.

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Quando perguntada diretamente se crianças são capazes — e deveriam ter permissão — de tomar decisões sérias desse tipo com o apoio do governo, se necessário, Levine se recusou a responder.

“A medicina trans é muito complexa e cheia de nuances, com pesquisas robustas e padrões de tratamento”, disse Levine, saindo pela tangente.

Mas não é.

E os padrões de tratamento que Levine recomenda são extremamente controversos.

A ciência mostra que, entre as crianças que sofrem de disforia de gênero, 80% das meninas e 95% dos meninos se reconciliará com seu sexo biológico, desde que possam passar pela puberdade.

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Além disso, as crianças que se submetem a intervenções de mudança de sexo não apresentam benefícios em relação à saúde mental. Na verdade, elas têm uma probabilidade 19 vezes maior de cometer suicídio.

Além disso, e para além da esterilização, os bloqueadores de puberdade causam danos cardiovasculares, à densidade óssea e às funções reprodutivas.

Paul também está certo ao apontar a hipocrisia da esquerda quando se trata da medicina que eles aprovam.

Os democratas se recusaram a cogitar tratamentos para a Covid-19 que não tinham aprovação da FDA (U.S. Food and Drug Administration), mas não hesitam em injetar drogas em crianças para o tratamento de disforia de gênero.

Por fim, a resposta de Levine demonstra uma indisposição em debater a realidade científica da “medicina trans”. Ela também demonstra uma séria falta de preocupação com os danos permanentes que esses tratamentos podem causar às crianças.

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A audiência é só uma prova de que Levine e os defensores dos transgêneros são motivados por uma ideologia, não por fatos.

Nos próximos dias — sobretudo com a aprovação da Lei de Igualdade no Congresso e seu encaminhamento para o Senado — a pressão aumentará para que os conservadores assumam posições públicas mais moderadas em relação à ideologia de gênero, por meio da linguagem e legislação politicamente correta.

O debate de Paul com Levine deveria nos lembrar de que a compaixão real é incompatível com qualquer acordo que exponha médicos, pais e crianças à nojenta violação dos direitos humanos que é a mutilação genital.

Jared Eckert é pesquisador no DeVos Center da The Heritage Foundation.

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© 2021 The Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês
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