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Diante do fenômeno “Lia Thomas”, a imprensa e as universidades norte-americanas se omitem e decidem não defender as atletas mulheres.
Diante do fenômeno “Lia Thomas”, a imprensa e as universidades norte-americanas se omitem e decidem não defender as atletas mulheres.| Foto: Reprodução/ Twitter

A forma como indivíduos e instituições reagem a Lia Thomas, homem biológico que teve permissão para competir entre as mulheres, é um bom indicador dos valores dessas pessoas e instituições, bem como de seu nível de racionalidade.

Relembrando, Will Thomas, homem que há apenas dois anos fazia parte da equipe de natação masculina da Universidade da Pensilvânia, anunciou que era mulher e entrou para a equipe de natação feminina da mesma universidade.

Agora se fazendo chamar de Lia, Thomas estabeleceu vários recordes nacionais na natação feminina, como nos 200m e 500m livres. Mulheres que treinaram ao longo de toda uma vida para se tornarem nadadores competitivas foram vencidas pela trapaça.

A questão óbvia aqui é uma só: isso é justo? É justo que um homem biológico compita como mulher e entre mulheres? Ou Thomas está trapaceando?

Para a maioria dos norte-americanos, a resposta é clara: Thomas está trapaceando.

Recentemente, escrevi uma coluna argumentado que Thomas é um trapaceiro e não pretendo mudar de ideia.

Ao contrário, comentarei outras reações. Afinal, como já escrevi, elas revelam um bocado dessas pessoas e instituições.

Comecemos com o jornal “The New York Times”. Em vez de considerar Thomas um trapaceiro, o “New York Times” o considera um herói. Quando o jornal finalmente se dispôs a cobrir a história – semanas depois de a imprensa não esquerdista tocar no assunto – o jornalista responsável pela cobertura dos esportes universitários, Billy Witz, tocou no assunto.

Ele encerrou a coluna com uma ode a Thomas:

“Foi como se houvesse algo de eterno naquele sábado [quando ocorreu a competição entre Penn e Harvard], não pelas duas competições que Thomas ganhou com folga ou pelas duas derrotas nas quais ela ao menos tentou. Era pela forma como ela se portava na água – a cabeça baixa, com graça e leveza”.

É nisso que se transformou o “New York Times” woke – termo que abarca a amoralidade e a irracionalidade.

Agora vamos para a universidade da equipe de natação pela qual Thomas compete, a Universidade da Pensilvânia (Penn) e para as universidades que competem contra a Penn, como Cornell e Harvard.

Como praticamente todas as universidades norte-americanas e toda universidade da Ivy League, a Universidade da Pensilvânia simplesmente ignora as nadadoras mulheres. Não só essas instituições não ficam ao lado das nadadoras (sendo que a maioria delas, de acordo com relatos, se sentem trapaceadas com as vitórias de Thomas), como não reagem diante do fato de Thomas exibir seus genitais masculinos no vestiário feminino.

Eis os relatos publicados pelo “Daily Mail”:

“Não nos sentimos à vontade nem no nosso vestiário”. As colegas de equipe de Thomas, da Penn, contam que o nadador trans nem sempre cobre os genitais masculinos ao trocar de roupa e isso é ignorado pelo treinador. (...)

“É estranho, porque Lia ainda tem corpo de homem e ainda sente atração por mulheres”, contou uma nadadora da equipe ao Daily Mail. (...) Lia disse às colegas de equipe que namora mulheres.

“Ainda que Lia se cubra com uma toalha às vezes, há um bocado de nudez ali”, disse a nadadora. Ela e outra viram as partes pudendas dele.

A nadadora disse que a equipe conversou com o treinador a fim de que Thomas fosse impedido de usar o vestiário feminino, mas foram ignoradas.

“Várias nadadoras levantaram a questão em várias ocasiões”, disse a nadadora da Penn. “Mas nos disseram basicamente que não podíamos excluir Lia do vestiário e que não havia nada a ser feito, que tínhamos de aceitar, do contrário não poderíamos usar nosso próprio vestiário”.

“É incômodo porque a Lia não se importa com os sentimentos das outras nadadoras”, continuou ela. “Somos 35 mulheres e temos de aceitar o incômodo em nosso vestiário para não ferir os sentimentos de uma pessoa”.

A reação da Penn veio por meio de uma nota que dizia: “A universidade divulgou uma declaração no mês anterior, dizendo que estava oferecendo serviços de tratamento mental para as atletas”.

Claro que tampouco Cornell ou Harvard defenderam as mulheres. Mulheres que, muitas vezes, não ousam se manifestar. Elas sabem que podem ter o futuro destruído se falarem algo. Como uma nadadora da Penn disse ao “Daily Mail”, “posso até falar abertamente, mas tenho medo. Tenho medo de que recrutadores procurem meu nome no Google e leiam o que eu disse e pensem que sou transfóbica”.

E ainda que algumas mulheres corajosas cogitem se manifestar publicamente, o “Daily Mail” conta que a Universidade da Pensilvânia “está proibindo as alunas de falarem com a imprensa”. É se de supor que Harvard e Cornell façam o mesmo.

Enquanto isso, os covardes da Ivy League [que reúne as mais prestigiadas universidades norte-americanas] divulgaram esta declaração:

“A Ivy League reafirma seu compromisso de criar um ambiente inclusivo para todos os atletas, condenando a transfobia e todas as formas de discriminação”.

Ironicamente, Thomas está nos prestando um serviço. Ela ajuda a expor o estado moral e intelectual da Ivy League e do “New York Times”, duas instituições que já foram respeitadas. Mas isso, claro, há muito, muito tempo.

Dennis Prager é colunista do Daily Signal, radialista e criador da PragerU.

© 2022 The Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês
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