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Preservação

Arquitetura e requinte mansão dos Leões

ícone do ciclo ervateiro, casarão construído em arquitetura eclética é retrato da prosperidade e das transformações que o chamado “ouro verde” trouxe para Curitiba

Símbolo da prosperidade do período ervateiro, arquitetura requintada reúne traços do movimento eclético. | Fotos: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Símbolo da prosperidade do período ervateiro, arquitetura requintada reúne traços do movimento eclético. (Foto: Fotos: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo)

Um dos mais belos símbolos do ciclo da erva-mate, o Palacete Leão Júnior, mais conhecido como Palacete dos Leões, destaca-se no vaivém da Avenida João Gualberto. Com mais de cem anos, o imponente casarão mantém vivo o período de prosperidade e desenvolvimento que o chamado “ouro verde” trouxe para a cidade, além de estar ligado à história de uma das empresas mais queridas de Curitiba, a Matte Leão.

Especial: erva-mate, o ouro verde do Paraná

Datado do final do século 19, o palacete foi construído pelo ervateiro e industrial Agostinho Ermelino de Leão Júnior e sua esposa, Maria Clara de Abreu Leão, para servir de residência da família. Segundo consta, a mudança para o endereço ocorreu em 1902, pouco tempo antes do nascimento do penúltimo dos oito filhos do casal.

À época, a região onde o casarão está localizado era de chácaras e compunha, juntamente com o que hoje é o Batel, o principal eixo de concentração das casas das famílias ervateiras. “Ali era o ponto de embarque da erva beneficiada, que descia a serra no lombo de burros em direção ao litoral para ser exportada”, explica Jeferson Dantas Navolar, presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Paraná (CAU-PR) e arquiteto responsável pela restauração do imóvel.

A localização privilegiada em uma área abundante permitiu, ainda, que o casarão fosse construído no meio do lote, o que era raro para a Curitiba daquele momento, como lembra o coordenador de pesquisa histórica da Fundação Cultural de Curitiba, Marcelo Sutil. “Esta posição atrai olhares e reforça o ar palaciano da construção”, diz.

Arquitetura

Como outros exemplares do ciclo do mate, o Palacete dos Leões foi construído em estilo eclético. Assinado pelo engenheiro Cândido Ferreira de Abreu –irmão de Maria Clara e ex-prefeito de Curitiba que dá nome à famosa avenida do Centro Cívico –, o projeto chama a atenção pelo requinte.

Nele, estão presentes elementos renascentistas e neoclássicos, como a simetria dos vãos das portas e as janelas em arco pleno. O rebuscamento da fachada e seu excesso de ornamentação, por sua vez, flertam com o barroco.

A imponência da edificação é garantida pelo tamanho do imóvel e também pelo pavimento inferior, espécie de porão que serve de suporte para o piso nobre. Seu principal atrativo, contudo, está na riqueza de detalhes.

No interior do casarão, pinturas feitas à mão ou em estêncil (técnica que usa moldes vazados) disputam a atenção com os desenhos de flores, frutas, anjos e serpentes do forro, os vidros decorados e lustres de cristal. “As cortinas são originais da época da construção”, acrescenta Navolar.

A abundância de elementos ornamentais na fachada se dá pela presença de conchas, colunas, “taças” e, como não poderia faltar, muitas cabeças de leão. O Palacete dos Leões é tombado pelo patrimônio histórico estadual e integra a lista das Unidades de Interesse de Preservação (UIPs) do município.

Símbolo da prosperidade do período ervateiro, arquitetura requintada reúne traços do movimento eclético | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

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Símbolo da prosperidade do período ervateiro, arquitetura requintada reúne traços do movimento eclético

Palace foi assinado pelo engenheiro Cândido de Abreu, que foi prefeito de Curitiba. | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

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Palace foi assinado pelo engenheiro Cândido de Abreu, que foi prefeito de Curitiba.

Casarão mescla elementos da arquitetura renascentista, neoclássica e barroca. | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

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Casarão mescla elementos da arquitetura renascentista, neoclássica e barroca.

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