• Carregando...
Reformas nas áreas de lazer: taxa do condomínio ficará cerca de 30% maior, diz o administrador Carlos Eduardo Contar | Antônio Costa/ Gazeta do Povo
Reformas nas áreas de lazer: taxa do condomínio ficará cerca de 30% maior, diz o administrador Carlos Eduardo Contar| Foto: Antônio Costa/ Gazeta do Povo

Abaixo da média

Muito serviço, mas pouco custo

No edifício onde mora o administrador de empresas Carlos Eduardo Contar, no bairro Batel, a taxa de condomínio fica abaixo da média de 30%, em relação ao preço do aluguel, apontada pelo Secovi-PR. O valor cobrado é de R$ 600 – o aluguel custa na faixa de R$ 3,5 mil. "É um valor condizente com o que é oferecida. Enquanto procurava um local para morar, há três anos, encontrei prédios no mesmo bairro que cobravam R$ 1 mil e não tinham a mesma estrutura", comenta Contar. O residencial tem um edifício de 17 andares, com apartamentos de quatro dormitórios, e portaria 24 horas com três porteiros fazendo o revezamento. Os moradores têm direito a área de lazer com quadra poliesportiva, salão de festas, churrasqueira e salão de jogos. Mas o valor deve subir nos próximos meses, em consequência de obras de melhoria que serão realizadas no local. "Acreditamos que o preço do condomínio ficará cerca de 30% mais caro."

  • Marise Hartmann é coordenadora de locação da Rede Imóveis, que representa 40% do mercado de imobiliárias

As taxas de condomínio em Curitiba custam, em mé­­dia, entre 30% e 35% do valor do aluguel pago pe­­los inquilinos. É o que aponta um levantamento do Sindicato de Ha­­bitação e Condomínios do Paraná (Secovi-PR). Há casos, no entanto, nos quais o valor chega a até 50%. Casos como este ocorrem por diferentes situações, como edifícios com poucos apartamentos e muitos gastos com serviços – portanto o rateio é feito entre menos pessoas – ou em quanto em grandes condomínios, com amplas áreas de lazer, como acontece nos chamados "clu­­bes de morar".Em raríssimos casos essa média é extrapolada, como no caso da gerente comercial Angela Cristina Horst, que paga 70% do valor do aluguel em taxa de condomínio. O edifício onde mora com os dois filhos, no Centro da capital, tem portaria 24 horas e três elevadores para atender moradores de 150 apartamentos. "Pago R$ 380 de condomínio e mais R$ 540 de aluguel (R$ 920 no total). Não temos nem garagem ou salão de festas que justifique este valor. A alegação é despesas de anos anteriores", reclama a moradora.

Justamente por causa disso, An­­gela procura, há duas semanas, um novo local para morar. Ela dá preferência à região por causa da escola dos filhos e do emprego, assim pode cumprir com os compromissos sem gastar com transporte e conseguir pagar a moradia. "Encontrei alguns apartamentos com melhores condições de pagamento e que oferece o mesmo que o atual."

Serviços

Diferentemente do que ocorre no edifício onde Angela mora, quanto mais serviços o condomínio necessitar, maior será a taxa mensal a ser paga pelo inquilino. E o que mais pesa no momento de definir a tarifa condominial, de acordo com os administradores, é a segurança. O vice-presidente de locação do Secovi-PR, Luiz Valdir Nardelli, em edifícios que contratam portaria 24 horas, que demanda a presença de pelo menos três funcionários, o preço do condomínio vai às alturas. "O valor deste serviço é muito elevado para fins de semana e período da madrugada. Se for para um prédio com poucos apartamentos, será um custo muito grande."

Optar por serviços eletrônicos de segurança, como portaria com sensores e códigos exclusivos, é uma maneira de diminuir a taxa final do condomínio, sugere Nardelli. A redução gira em torno de 15%. "Funciona principalmente no caso de residenciais pequenos." Mas a redução de custos também passa pela responsabilidade de cada morador. É fundamental que tenham consciência de que não devem passar suas senhas de abertura do portão a todos que o visitam, diz ele. "Tem a desvantagem de ter de abrir pessoalmente para liberar a entrada, mas é ga­­rantia de segurança. Do contrário, a medida não vai adianta."

Investimentos valorizaram aluguéis no Portão em 30%

Os proprietários de imóveis nas imediações do bairro Portão, na Região Sul de Curitiba, tiveram um ganho de cerca de 30% nas locações nos últimos três anos. Investi­men­tos feitos em dois shoppings, em qua­­­dras vizinhas – Palladium e To­­tal – e melhorias em vias públicas, como a Avenida Wen­­ceslau Brás, com alto grau de construções e rico comércio, modificaram o perfil da área. "Basta ver a quan­­tidade de lançamentos. Mui­­tos condomínios-clubes, que valorizam a região", avalia a coordenadora de locação da Rede Imóveis, que reúne 12 imobiliárias, Marise Hartmann. No bairro, apartamentos de 2 e 3 quartos têm aluguel em torno de R$ 900, com taxa condominial de até R$ 300.

Mas a média ainda não chega ao que é verificado em locais considerados nobres, como é Bigorrilho, Água Verde e Batel. Nestes bairros, a média do aluguel de apartamentos de 2 e 3 quartos chega aos quatro dígitos, segundo levantamento da Rede Imóveis. "No Batel, unidades com estas características saem em uma faixa de R$ 1,5 mil e o inquilino paga cotas de condomínio de R$ 350 a R$ 400, incluindo todas as taxas."

O que não significa que não se encontre preços mais competitivos na mesma região. "É relativo. Cada bairro tem sua região nobre", pondera a gerente de atendimento da Gonzaga, Lucia Shaicoski. O bairro Boa Vista, exemplifica, tem suas regiões nobres e lugares com vários grandes residenciais onde o aluguel custa R$ 600, com taxa de condomínio em torno de R$ 200.

Qualidade

Outro fator determinante é a conservação e qualidade de materiais dentro do imóvel, aponta Marise. O ideal é que o inquilino também avalie o preço total (condomínio + aluguel) do que está contratando. "Anos atrás, ter carpete era importante. Hoje os clientes preferem pisos frios. Por este tipo de detalhe, posso ter R$ 200 de diferença na locação de apartamentos no mesmo edifício, mas com a mesma tarifa de condomínio para todos", diz.

Entenda

O preço da locação é definido pelo metro quadrado, conforme divulgação do Secovi com base em diversos índices. Varia entre R$ 6 e R$ 18, dependendo da região e das características do imóvel, afirma Lucia Shaicoski, da Gonzaga. Mas nem sempre é possível seguir a regra. Segundo Lucia, há três anos o metro quadrado do Portão custava R$ 6 e a locação de um apartamento de 118 metros quadrados, por exemplo, saía por R$ 750. "Hoje a mesma área está em torno de R$ 10. Mas não posso aplicar esse total, tenho de baixar para R$ 8 para conseguir locar. Por R$ 1,5 mil o inquilino prefere áreas mais nobres."

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]