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Diego Polansky foi contemplado e vai usar o FGTS para abater oito parcelas do seu consórcio | Antônio Costa/ Gazeta do Povo
Diego Polansky foi contemplado e vai usar o FGTS para abater oito parcelas do seu consórcio| Foto: Antônio Costa/ Gazeta do Povo

O aquecimento do mercado imo­­biliário em 2010 teve reflexos também no setor de consórcios. Dados divulgados ontem pela Associação Brasileira das Administra­doras de Consórcio (Abac) mostram que foram negociadas 223,6 mil novas cotas em 2010, que representam um crescimento de 8,8% na comparação com 2009, quando foram vendidas 205,6 mil cotas. O ano passado fechou com 580 mil participantes de grupos desta modalidade.O aumento específico para o segmento foi superior ao registado pelo mercado como um todo – segundo a Abac, houve um incremento geral de 8,2% no número de novas adesões no ano passado, em comparação com 2009. "Além da maior quantidade de grupos formados, houve um incremento relevante, de cer­­ca de 14%, no valor médio das cotas", afirma o presidente executivo da entidade, Paulo Rober­to Rossi. Em 2010, o valor médio das cartas de crédito para compra de imóveis foi de R$ 94,9 mil, frente a R$ 83,2 mil no ano anterior. "A migração que vem ocorrendo entre as classes sociais, com brasileiros da classe D transferindo-se para C, e os da C indo para B, sinaliza o desejo de conquistar mais qualidade de vida e a possibilidade de planejamento dos investimentos. Nesse contexto, o consórcio aparece como opção", diz Rossi.

Para ele, o desempenho de 2010 permite projetar um crescimento nos consórcios de imóveis em torno de 10% em 2011 – maior que a estimativa para as demais áreas, que fica entre 7% e 8%. Entre as administradoras paranaenses o otimismo para 2011 é ainda maior do que o apon­­tado pela Abac. Para Tatia­na, é possível crescer até 30% em 2011. "O consórcio de imóveis passou a ser visto como uma alternativa de investimento, uma forma de poupar, e não so­­mente como opção para quem não conseguia o aporte inicial para dar entrada em um apartamento financiado", opina. A em­­presa teve um crescimento de 23,83% em sua carteira de negócios em 2010, em relação a 2009.

O mesmo porcentual de crescimento é estimado pelo gerente comercial do Consórcio Araucá­ria, João Nerbas. "O mês de janeiro e o início de fevereiro mostram que 2011 terá pelo menos 30% a mais de cotas de consórcio negociadas", afirma. De acordo com ele, ao lado dos veículos le­­ves, os imóveis são os produtos mais procurados para compra por meio de consórcio.

Diante do mercado, o Consór­cio Voupar, tradicionalmente ligado ao fechamento de grupos de veículos, estreia no consórcio de imóveis em 2011. O trabalho se­­rá feito em parceria com a Cai­­xa Consórcios, e a empresa projeta crescimento de 20% em 2011.

FGTS

Entre as razões para o bom de­­sempenho do segmento em 2010, a Abac aponta a possibilidade de uso do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para quitação, liberado desde março de 2010 pela Caixa Econômica Federal. Foram usados R$ 54,7 milhões para amortização ou quitação de parcelas, por 3.192 participantes entre março e de­­zembro do ano passado. "Ainda havia desconhecimento dessa possibilidade por parte de alguns consorciados. Como isso está se consolidando, será mais um fator de aumento na procura por consórcio", opina a superintendente da Ademilar Consórcio de Imóveis, Tatiana Schuchovsky Reichmann.

Essa foi uma das razões que levou o administrador Diego de Almeida Polansky a escolher o consórcio para adquirir um imóvel. "Eu tinha um certo tempo para comprar o apartamento e coloquei ‘na ponta do lápis’, com­­parando os juros que pagaria no financiamento", lembra. "Levei em consideração também a possibilidade de usar o FGTS nas duas modalidades (financiamento e consórcio)."

A conta de Polansky foi a seguinte: os juros do financiamento de um apartamento de R$ 100 mil eram suficientes para pagar um aluguel de R$ 500 por sete anos. "Ao perceber isso, preferi o consórcio, torcendo para ser contemplado nesse período", brinca. Comtemplado há seis meses – depois de pagar apenas quatro parcelas –, ele pretende usar o FGTS no fim do ano e abater ao menos oito parcelas do consórcio.

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