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Vídeo| Foto: Reprodução / Paraná TV

Em 2006, quando o número de alvarás para novas construções foi de 11.661, os bairros mais escolhidos para obras comerciais em Curitiba foram a Cidade Industrial e o Boqueirão. Já para unidades residenciais, o Sítio Cercado e o Uberaba foram os preferidos. É o que mostram os dados da Secretaria Municipal do Urbanismo de Curitiba (SMU).

No ano passado foram expedidas 10.224 permissões para construção de unidades residenciais em Curitiba – 88% do total de alvarás –, que ficaram concentradas nos bairros Sítio Cercado (808), Uberaba (212) e Portão (176).

Segundo o diretor do Departamento de Controle de Edificações da SMU, Reginaldo Cordeiro, o grande incentivo para o desenvolvimento residencial do Sítio Cercado tem sido os loteamentos feitos por imobiliárias e construtoras, alguns em parceria com a Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab Curitiba). "A empresa faz o empreendimento e, para ter a liberação de lotes com padrões menores, dá uma porcentagem deles para quem está na fila da Cohab. São pessoas que ganham até cinco salários mínimos", diz Cordeiro. De acordo com o coordenador de informações do Instituto de Pesquisa e Planejamento de Curitiba (IPPUC), Lourival Peyerl, o Sítio Cercado tem um zoneamento específico para habitação de caráter social, o que possibilita esse tipo de empreendimento.

O açougueiro Rafael Putrich, 46 anos, encontrou uma oportunidade para construir a casa em um desses loteamentos: Terra Nostra, em Ganchinho – bairro que, segundo informações da administração regional do Bairro Novo, tem seus alvarás contabilizados com o seu vizinho Sítio Cercado. Em um terreno financiado de 9 x 20 metros, no valor de R$ 25 mil, Putrich construiu uma casa de 215 metros quadrados, para ele, a esposa e o filho. Além da moradia, Putrich, que há 19 anos trabalha em frigoríficos, está montando um açougue para ele e um salão de beleza para a esposa – ambos instalados no térreo da residência. "O bairro é bom, já está estruturado com saneamento e luz, tem mercado, farmácia e creche próximos. Além disso, aqui terei mais oportunidade de negócios", afirma. O custo da construção, ainda não finalizada, é de R$ 70 mil até agora.

Comercial

Já para o uso comercial, os bairros que mais constroem são: Cidade Industrial (47 unidades) e Boqueirão (26). "Apesar de ser um distrito industrial, a CIC é uma área de adensamento populacional e ocupações que foram regularizadas mais tarde, o que estimulou a expansão comercial pela necessidade de produtos e serviços das empresas e trabalhadores lá instalados", explica o coordenador de Informações do IPPUC, Lourival Peyerl.

O administrador da regional da CIC, José Dirceu de Matos, diz que o número de consultas para construção e ampliação de estabelecimentos comerciais e concessão de alvarás cresceu muito de 2005 para cá. "Naquele ano eram 100 consultas por mês, já no mês de março deste ano esse número passou para 300. O número de alvarás concedidos também aumentou. No início de 2005 tínhamos em média duas liberações por semana. Agora, em 2007, já são dez", conta Matos. Para ele, o aumento do número de consultas e alvarás tem ligação direta com a criação da administração regional em 2005. "A população tem tido acesso fácil a vários serviços como limpeza e urbanismo", afirma o administrador.

Para o professor do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Paulo Chiesa, a tendência da CIC é que as grandes indústrias se mudem para a região metropolitana de Curitiba e que com o tempo, empresas menores e mais ligadas à área de tecnologia se instalem no bairro.

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