
Não há como fugir. A realização de uma obra de reforma ou construção resulta, em maior ou menor grau, na sobra de materiais e equipamentos. Isso significa que, além da dor de cabeça que enfrenta durante a gestão da obra, o proprietário do imóvel precisa gastar energia – e dinheiro – para dar um fim às sobras da construção.
Para minimizar este problema, algumas construtoras, como a Greenwood, têm adotado sistemas de reúso dos materiais, estimulando a comercialização dos produtos entre as obras e gerando economia para os clientes. Entram na lista de itens comercializados ferros, cimento, fiação e tapumes, além de carrinhos de mão e equipamentos de segurança, como botas e capacetes.
A metodologia de “giro”, desenvolvida pela engenheira civil e proprietária da construtora, Syonara Thomé, começa com a elaboração de um inventário no qual são relacionadas todas as sobras e estudado um preço para a venda dos produtos ou do lote. O cálculo é baseado nos valores praticados pelos fornecedores, descontada a depreciação natural. “Para produtos novos, que não foram utilizados, o valor fica abaixo do praticado no mercado. Os materiais e equipamentos usados, que ainda estejam em condição de uso, são avaliados em 50% do valor”, explica Syonara.
A proposta, então, é apresentada ao dono da obra para que ele autorize (ou não) a venda. Em caso afirmativo, a própria construtora se encarrega de localizar um comprador, entre seus clientes, para os produtos. “É uma opção na qual todos ganham. O cliente que finaliza a obra recebe um crédito em dinheiro do material que seria perdido, enquanto o comprador economiza nestes produtos”, avalia a engenheira. Segundo ela, o cliente tem a opção de adquirir todos os materiais novos, mas quase 100% deles prefere reduzir os custos por meio do reúso.
Esta foi a opção da empresária Patricia Müller. Ela contratou a empresa para construir a casa da família no Condomínio Alphaville Andorinhas, em Pinhais, e conta que uma de suas preocupações era o que faria com todos os equipamentos e materiais que vão sobrar da obra. “Fizemos várias cotações e a oferta do sistema foi um dos fatores que pesaram na nossa decisão. O custo destes materiais não é barato e com o reúso eu economizo, além de me livrar do problema e receber uma parte dos gastos de volta”, diz. Na compra de furadeiras e serras circulares para a obra, por exemplo, a empresária saiu de um orçamento de cerca de R$ 1,5 mil e pagou R$ 738 pelos equipamentos dentro do sistema.



