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 | Gerson Lima
| Foto: Gerson Lima

O crescimento da indústria automobilística está longe de cessar. O aumento do poder aquisitivo e a maior concentração de pessoas nas cidades fazem do carro a primeira opção dos moradores para os deslocamentos do dia a dia, preferido em relação ao transporte público e aos meios alternativos de mobilidade.

As consequências dessa escolha vão além dos congestionamentos e do aumento da poluição – também é preciso pensar onde colocar esta frota enquanto ela não está em circulação. A resposta para esta pergunta, pelo menos até agora, era praticamente uma: no subsolo. Mas por que isso acontece? Por que no projeto e execução dos empreendimentos não se priorizam estacionamentos no sobressolo? Quais os conflitos e benefícios?

As leis que regulamentam os parâmetros construtivos para ocupação dos lotes nas cidades favorecem a escolha do subsolo para comportar os veículos porque sua área não é computável para o cálculo de potencial construtivo do terreno. Ou seja, não reduz o total de metros quadrados permitidos para se construir em determinado lote, apesar de encarecer a obra e gerar resíduos ambientais pela grande quantidade de terra deslocada para a preparação do espaço.

Hoje, a conscientização sobre os processos sustentáveis e a otimização dos custos pautam toda a cadeia da construção civil. É indispensável o debate sobre as novas possibilidades de ocupação urbana, incluindo melhores soluções para os estacionamentos.

Um avanço neste sentido foi a permissão para a construção de estacionamentos sobressolo não computáveis no cálculo do potencial construtivo pela lei da Operação Urbana Consorciada Linha Verde e pelo projeto de lei que regulamenta as áreas de ocupação hospitalar de Curitiba.

Discussões e estudos sobre a permissão da construção de garagens acima do solo em outras áreas da cidade são necessárias e exigem critério, pois o aumento do número de pavimentos das edificações alteraria o gabarito da quadra ou do bairro onde o empreendimento está localizado. Da mesma forma, precisamos de um novo olhar da arquitetura e do paisagismo para uma composição urbana visual e espacial de qualidade. Mas a sua utilização, mesmo que ainda restrita a determinadas áreas, demonstra que os modos de ocupação estão evoluindo, junto com as novas necessidades das cidades e do meio ambiente. Cabe aos profissionais da iniciativa pública e privada ligados à ocupação urbana trabalhar em conjunto para criarem as melhores soluções legais e técnicas para o crescimento saudável das cidades.

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