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Cerca de 60% das casas brasileiras são reformadas com mão de obra não especializada. Essa in­­formação é de Valter Frigieri Jú­­nior, ge­­ren­­te de desenvolvimento de mercado da Associação Bra­sileira de Ci­­mento Portland (ABCP), ONG man­­tida pela indústria brasileira de cimento. "Esse processo resulta em moradias de baixa qualidade, um problema social que atinge principalmente as classes C, D e E", diz Júnior.

Para tentar solucionar o problema, a associação lançou este mês o Clube da Reforma, iniciativa nacional, com sede na própria ABCP, em São Paulo (SP), e que conta co­­mo um dos membros a ONG mundial Ashoka, idealizadora de projetos sociais de habitação. "O objetivo do Clube é melhorar a qualidade habitacional de famílias de bai­­xa renda por meio da educação", diz Júnior, que também é idea­­lizador e um dos coordenadores do projeto. A organização do Clu­­be da Reforma procurou as cau­­sas dessa baixa qualidade e chegou a quatro gargalos: as­­sistência técnica despreparada, escassez de crédito, falta de informação que valorize a casa como um todo e falta de conhecimento de boas práticas.

Atuação

Os mais de 30 membros do clube, entre fábricas de cimento, bancos e organizações sociais, foram divididos em quatro grupos de trabalho, condizentes com os qua­­­tro gargalos encontrados. A assistência técnica é responsável pela criação de conhecimento pa­­ra ser utilizado como ferramenta pelos envolvidos em uma reforma. O grupo de crédito é encarregado de, junto a instituições financeiras, encontrar soluções para aumentar a oferta de crédito dirigido a reformas e diminuir burocracias.

A equipe de comunicação de­­ve oferecer subsídios para propagandas e ações que valorizem a casa como um todo, e não apenas suas partes, como o encanamento e o cimento, por exemplo. O gru­­po de multiplicação de resultados é responsável por mostrar as melhores práticas e formas de disseminar as soluções encontradas pelo Clube.

Para Júnior, essa estratégia multidisciplinar é a mais adequada pa­­ra que os objetivos sejam al­­cançados. "Pessoas de competências di­­ferentes, colocadas no mesmo es­­paço, analisando o mesmo item, conseguem visualizar o problema de várias frentes, o que aumenta as chances de so­­lução", explica. A meta do Clube é encontrar essas soluções em 12 meses.

Ação paranaense

A Terra Nova, empresa paranaense especializada em regularização fundiária, fará parte do grupo de crédito do Clube, que deverá ele­­ger três áreas para empregar projetos-piloto. Se­­gundo Cecil Maya, coordenador técnico do Ins­­tituto Terra Nova de Desenvol­vimento Huma­no, provavelmente as estratégias do grupo e da própria empresa no projeto terão como objetivo facilitar a consumação das re­­formas. "Vamos buscar soluções para ampliar o crédito, criando volume e maior aces­­sibilidade a ele, com me­­nos bu­­rocracia e taxas de juros menores", explica Maya. "Que­­re­mos também pro­­por atividades educativas que mos­­trem a importância do bom estado e da regularização das moradias", ressalta.

Maya diz que a Terra Nova irá propor ao grupo o desenvolvimento de projetos-piloto na Região Metropolitana de Curiti­ba, onde a empresa atende em­­preendimentos em estágio avan­­çado de regularização. "Temos o objetivo de ajudar na criação de alternativas para que as pessoas de baixa renda te­­nham acesso à assistência técnica e ao crédito, pa­­ra que boa parte delas possa morar me­­lhor", diz.

Serviço:

Para se tornar membro do Clube da Reforma, as empresas privadas devem ser formais e adequadas às normas em vigor, além de pagar uma mensalidade com três faixas de valores, que dependem do faturamento. As organizações sociais devem trabalhar com o tema melhoria habitacional e iniciativas para populações de baixa renda. Mais informações pelo site do Clube: www.clubedareforma.com.br.

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