Cozinha moderna e funcional, no show room da Móveis Capão Raso| Foto: Antonio More/Gazeta do Povo
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Armário de banheiro da linha Édez, da Herval, traz detalhes sofisticados
Porta de correr é item de inovação. Dormitório em exposição na Móveis Capão Raso
Modelo Futura, da Cozinhas Itatiaia, lançado em março na Movelpar, em Arapongas
Cadeira Veneza com estampa que imita pele de onça, da marca Pethiflex. Sai por R$ 470
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Qualidade e design em mobiliários estão entre as exigências dos consumidores de classe C, que en­­globa famílias com rendas entre R$ 1 mil e R$ 4,5 mil. Eles representam mais da metade da população de brasileiros – em seis anos, 20 milhões de pessoas subiram para esta faixa. Não por acaso, móveis e eletrodomésticos chegam às lojas com aparência mais bonita e moderna, além de sistemas inovadores, fruto de maior exigência dos compradores. Para a especialista em comportamento do consumidor Eliane Cristine Francisco Maffezzolli, professora da pós-graduação da Fae, as posses dizem respeito da identidade e estilo das pessoas, do vestuário à decoração. "Cada vez mais observa-se grande preocupação com a customização, e o design é um bom suporte para oferecer isso, o que percebemos em vários produtos para as casas."

Com desejo de ampliar a oferta e conquistar os consumidores, fabricantes de produtos voltados para classes A e B aproveitam para reservar parte da produção ao novo público. A fabricante gaúcha Herval entrou para o ramo de móveis para dormitórios, salas de estar, cozinhas e banheiros voltados para as classes C e D, após meia década de dedicação exclusiva para consumidores de classes de maior poder aquisitivo. Os produtos integram a linha Édez, fabricados em MDF e MDP, consideradas matérias-primas nobres, com dimensões generosas e design moderno.

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"Conseguimos utilizar padrões vistos em produtos de alta qualidade e oferecer a um preço acessível ao consumidor", diz Paulo Pa­­checo, responsável pelo departamento de marketing da Herval. Ele destaca itens como maior profundidade (50 centímetros), puxadores em alumínio, espelhos maiores e mais largos, acabamento interno, armários com espaço ele/ela e nicho colmeia e impressão alto e semibrilho.

Adaptação

Mesmo as lojas populares, que conhecem a fundo hábitos e valores do consumidor de classe C, observam a necessidade de adaptação. "O modelo de cozinha compacta era campeão de vendas. Hoje a mais vendida é a cozinha modulada, muito similar às planejadas disponíveis no mercado", exemplifica Jonas Victor Vieira, diretor de móveis da Casas Bahia. Os modelos têm trava de aço nas cantoneiras, puxadores, pistão a gás e verniz UV, que não deixa o produto se desgastar sob ação de limpeza ou de exposição ao sol. "Isso mostra, na prática, que consumidores das classes mais populares procuram produtos maiores, bonitos e de qualidade."

A indústria moveleira está mais preocupada em desenvolver de­­signs criativos e torná-los mais prá­­ticos para utilização no dia a dia. Inúmeros lançamentos do segmento sugerem armários com portas de correr, uma forte característica para este ano e o próximo, na avaliação do proprietário da Móveis Capão Raso, Ricardo Fahd. "A dimensão menor dos imóveis pede esse tipo de adequação. Deve ser uma tendência principalmente na linha de planejados em dormitório", diz. Fahd admite que o produto tem um custo mais elevado, mas acredita que o aumento pela procura deverá diminuir o preço do produto final.

Fahd aponta, ainda, a maior va­­riedade de cores e acabamentos nos mobiliários. "Os revestimentos em BP, por exemplo, estão tomando conta do mercado, porque ele evita que a superfície seja riscada". Itens de sala de tevê, como rack, sofá e painel, também estão entre os mais procurados. "As pessoas querem transformar suas salas em cinema."

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Bonito e moderno, dentro do orçamento

Após várias consultas a lojas de móveis planejados, para renovar parte do dormitório de casal, o engenheiro Leonardo de Pinho Sepulcri fechou negócio dentro do orçamento desejado. Ele sentiu a necessidade de ter mais armários no quarto e solicitou um projeto de adaptação. As portas tradicionais foram mantidas no lugar de portas de correr, para não fugir da proposta dos móveis projetados há cerca de três anos, mas outros detalhes ficaram modernos, como o acessório para pendurar camisas, gavetas com ni­­chos e corrediças telescópicas. "Pensei que os novos detalhes fossem onerar o projeto, por serem mais bonitos e modernos, mas fiquei satisfeito", conta. Sepulcri revela que gastou R$ 2 mil, mas que até chegar a esse valor orçou planejados semelhantes por até R$ 6 mil.