Área de ocupação antiga na cidade, a Rua Nilo Peçanha parece ter parado no tempo. Nem a proximidade com o Centro e com outras importantes vias da capital interferem no seu cenário bucólico e de edificações com poucos pavimentos, característico das chamadas “ruas de bairro”. Isso não significa, no entanto, que ela seja desmerecida face aos endereços vizinhos. Pelo contrário, especialistas vislumbram grande potencial de valorização da via, principalmente devido à expectativa de novos lançamentos imobiliários na região.
GALERIA: Confira imagens da Rua Nilo Peçanha
Uma das explicações para a maciça presença de casas e a escassez de empreendimentos verticais na rua – que costumam ser sinônimos de expansão imobiliária e densidade populacional – é o zoneamento da Nilo Peçanha. Robinson Diz Muniz, arquiteto do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), conta que do seu início, na Praça do Redentor até a Rua Carlos Pioli, os imóveis são classificados como ZR-3, e que a partir dela a zona é de ZR-2. Tais parâmetros permitem construções de até três e dois pavimentos, respectivamente, com possibilidade de ampliação por meio da aquisição de potencial construtivo.
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Rua mista
Para Sidney Axelrud, sócio-proprietário da Cibraco Imóveis, que atua na região, uma das mudanças mais perceptíveis na via é o fato de ela estar se tornando uma rua mista, no qual as residências estão dando lugar a endereços comerciais, principalmente aos relacionados à oferta de serviços, como escritórios de advocacia e de contabilidade.
Um destes “novos” negócios é o Curitiba Backpackers, Hostel instalado em um sobrado na Nilo Peçanha há quatro anos. O gerente Dawson Martins conta que, além das características da construção – que anteriormente abrigava uma república –, a localização do imóvel pesou na escolha do endereço. “Estamos em um bairro nobre, em uma região tranquila e próxima ao centro histórico, ao shopping [Mueller] e às baladas, o que é perfeito para os turistas”, avalia.
Martins acrescenta, ainda, que consegue resolver as tarefas do dia a dia do negócio nas redondezas, sem precisar se deslocar para outras regiões da cidade, e que considera o endereço seguro. Mesmo assim, não é comum se encontrar pessoas caminhando pela extensão da rua.
Comerciante e moradora da Nilo Peçanha há 48 anos, Márcia Josélia Grubba Pereira concorda com Martins em relação à segurança, mas reclama do fluxo intenso e da velocidade dos veículos em determinados trechos da rua. Tal característica é resultado de a Nilo Peçanha funcionar como uma via de acesso à região norte de Curitiba – herança de quando fazia a ligação entre as colônias de imigrantes e o centro da cidade – e ao município de Almirante Tamandaré, como lembra Muniz.



