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Sala de 50 metros quadrados projetada pelo arquiteto Eduardo Mourão ganhou ares de cinema com automação da Euro Áudio | Gerson Lima/Divulgação
Sala de 50 metros quadrados projetada pelo arquiteto Eduardo Mourão ganhou ares de cinema com automação da Euro Áudio| Foto: Gerson Lima/Divulgação

Decoração

Toque de sofisticação

Com o recurso do gesso, dos móveis e um bom planejamento é possível esconder todos os cabos dos equipamentos eletrônicos e da instalação da automação residencial, não interferindo na decoração da casa, seja qual for o estilo.

No caso do projeto de interiores de uma casa nas proximidades do Parque Barigui, o arquiteto Eduardo Mourão tirou proveito da tecnologia da Euro Aúdio, empresa de automação de Curitiba, para deixar os ambientes ainda mais sofisticados. "A instalação foi feita durante a construção da casa e foi planejada com tanto cuidado quanto a decoração, feita de objetos bem selecionados". Na sala de cerca de 50 metros quadrados, a decoração em tons de cinza e bege abriga a um home theater. O aparelho de projeção, branco, fica praticamente escondido em meio ao teto de gesso de mesma cor.

  • O médico Aníbal Wood Branco e os outros moradores terão venezianas automatizadas no condomínio Neu Haus, que fica pronto em setembro
  • Roger e Silvia Setogutti na casa decorada do condomínio Grand Garden, da LN: casal optou pelo sistema que utiliza rádio-frequência
  • O Snapgrid, lançamento que a iHouse está negociando com construtoras, é instalado no quadro de disjuntores e informa quanto cada parte da casa gasta em reais

Ar-condicionado acionado na temperatura certa e persianas que se movimentam ao toque de uma única tecla. Há algum tempo isso era coisa apenas de hotel ou imóvel de luxo, mas hoje é encontrada em alguns empreendimentos de médio/alto padrão à venda em Curitiba, graças a empresas de automação residencial que têm apostado no desenvolvimento e fabricação de tecnologias próprias, e também firmado parcerias com construtoras e incorporadoras para deixar as facilidades tecnológicas mais acessíveis.A partir de R$ 4 mil é possível fazer a automação de um ambiente da casa, como o home theater, com iluminação cênica (combinações de luzez pré-programadas), abertura elétrica de persianas e controle do ar-condicionado. A estimativa é de Carlos Virmond, diretor comercial da Domótica Automação de Am­­bientes, empresa com escritórios em Curitiba e São Paulo que desenvolveu um sistema de tecnologia sem fio próprio.Basicamente, as empresas de automação instalam os sistemas por cabeamento ou uma tecnologia sem fio. No caso da Domótica, a rádio-frequência foi a forma escolhida para o desenvolvimento do sistema My Way. "Ele é o primeiro por rádio-frequência desenvolvido e fabricado no Brasil. É ideal para imóveis prontos, porque evita o quebra-quebra para passagem de fios", explica Virmond. Foi por esse sistema que o médico Roger Setogutti e sua esposa, Silvia, optaram, após fazer quatro orçamentos com propostas e custos bem diferentes. "Como a minha casa (no condomínio Grand Garden, no Ecoville) está em construção até poderia ter optado por um sistema cabeado, mas esse foi o que demonstrou ter o melhor custo-benefício para mim, pelos itens que queira. Pelo o que vi, o fato de ser uma tecnologia nacional reduz o preço e também melhora a questão do atendimento e da assistência técnica, que ficam mais rápidos e não têm entraves como uma greve na Receita Federal, por exemplo". Setogutti conta que a vontade de ter alguns itens automatizados em casa veio de experiências prévias em hotéis e apartamentos decorados – agora praxe em todo empreendimento à venda – que tiravam proveito da tecnologia para mimar o cliente. O ambiente da casa escolhido pelo médico para ser automatizado foi a sala, com iluminação, climatização, persianas e todo o sistema de áudio e vídeo.Não à toa o home theater tem sido um dos principais ambientes automatizados nas residências. "É possível armazenar em um servidor de mídia todos os seus filmes e músicas preferidas. Por meio de um único teclado, puxa-se o que quer ouvir e assistir e também escolhe-se o cenário para isso, com os ajustes de temperatura e iluminação pré-programados", descreve Virmond. Se outros ambientes da casa forem automatizados e estiverem interligados é possível fazer isso de qualquer cômodo, sem que seja preciso mudar equipamentos, como televisão e DVD player, de lugar.Na parte de segurança, o sistema de câmeras e alarmes pode ser controlado pela internet, o que possibilita que tudo seja feito a partir de um celular. "Durante uma viagem, além de ser avisado caso algo aconteça, o morador pode programar e/ou acionar luzes e aparelhos eletroeletrônicos à distância, simulando que está em casa", diz Virmond.

Cabeamento inteligente

A iHouse, empresa com sede em São Paulo, mas atuante em todas as re­­giões do país, inclusive Curitiba, pretende lançar ainda neste primeiro semestre um sistema sem fio próprio. Até lá continua traba­lhan­do com um por cabeamento, mas que exige menos mão de obra do que outros modelos importados, por­­que se divide em placas para cada am­­biente, ligadas entre si por um ca­­bo fino, que não exige mudanças físicas severas no imóvel. "O sistema é bem diferente daqueles usados no exterior, em que tudo é comandado por uma grande central", explica Leo­­nardo Senna, diretor da empresa.

O sistema da iHouse tem custo de instalação entre R$ 5 mil e R$ 10 mil, considerado acessível para imóveis de médio padrão – construções entre 120 e 170 metros quadrados, com custo entre R$ 3 mil e R$ 5 mil o metro quadrado. "O pacote básico inclui uma fechadura de leitura biométrica, o Touchdoor, e uma placa Smartcontrol, que tem quatro circuitos independentes e é suficiente para cobrir bem um ambiente, com dimerização (regulagem de intensidade) da iluminação, controle do ar-condicionado e das persianas", diz Senna.

Imóvel novo e automatizado

Na tentativa de baratear ainda mais a automação residencial e de oferecer a tecnologia para um maior número de pessoas, as em­­presas do setor têm firmado parcerias com construtoras e incorporadoras.

Em Curitiba, as unidades do condomínio residencial Grand Palais, da construtora San Remo, que foi entregue no mês passado, vêm preparados, pela Domótica, para dispositivos como automação de iluminação e persianas no hall, estar social e sala de jantar e Função Boa Noite (desligamento de todas as luzes do apartamento, com exceção da suíte master, por um único botão). Localizado em um endereço nobre – na Rua Bru­­no Filgueira, 1.292 (quase esquina com Carlos de Carvalho), no Batel – o Grand Palais tem ainda 12 uni­­dades à venda, pelo preço inicial de R$ 600 mil.

No Neu Haus, primeira obra da Neubau Incorporações em Curi­­tiba, alguns itens são oferecidos "de série". Os apartamentos que foram lançados no primeiro se­­mestre do ano passado e ficarão prontos em setembro de 2010 terão uma fechadura de leitura biométrica (pela digital do morador) na entrada e o funcionamento elétrico das venezianas dos quartos. "As unidades vêm preparadas para receber outros dispositivos ao gosto do cliente", diz o só­­cio-diretor da Neubau, Jaime Cesar Nissel Filho.

A obra tem outros atrativos construtivos, como pré-aquecimento da água por energia solar e janelas de vidro duplo e paredes de dry-wall que ajudam a diminuir a entrada do ruído externo nas unidades. "Adoro o bairro Água Verde, mas a via rápida (que liga o bairro Portão ao Água Verde) realmente é bastante barulhenta. As opções de automação não foram decisivas na compra, mas complementaram o conforto do apartamento", diz o médico Aníbal Wood Branco, de 35 anos, que comprou uma unidade duplex do Neu Haus. O condomínio ainda tem seis unidades à venda, a partir de R$ 381,9 mil.

A diretora de marketing do Gru­­po LN, Mariane Caponi, em­­presa responsável pela construção do condomínio Grand Garden, no Ecoville, comenta que a oferta da automação residencial é decidida mais pelo perfil do empreendimento e de seus compradores do que apenas pelo padrão ou renda dos clientes. "As pessoas de perfil mais jovem tende a investir mais em tecnologia, mesmo ga­­nhando menos do que casais mais maduros, por exemplo". Ela diz que, a não ser em casos que um pa­­cote básico é negociado, o papel da cons­­trutora tem sido deixar o imóvel preparado para ser automatizado, com previsão para instalar todo o cabeamento.

No caso do mais novo lançamento da LN, o Sky, condomínio com apartamentos de um e dois quartos que será construído no Champagnat (esquina da Rua Ângelo Sampaio com a Martin Afonso), a automação será favorecida pela integração dos ambientes. As 228 unidades, já com reserva e previsão de lançamento oficial no fim deste mês, virão preparadas para receber a automação.

Economia de energia

Um novo produto da iHouse tem sido a estrela da negociação da em­­presa com incorporadoras e construtoras. O Snapgrid é um dispositivo que, instalado junto com o quadro de disjuntores da residência, informa ao morador sobre o gasto de energia elétrica. "O aparelho informa em reais o quanto ca­­da parte da casa, como o refrigerador ou o chuveiro elétrico, estão gastando. Com isso, fica fácil controlar o consumo e economizar. Negociado em grandes volumes e instalado durante a construção o Snapgrid tem o seu custo diluído na obra", diz Senna. Não há con­tra­­­to fechado em Curitiba ainda.

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