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Dados do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-PR) revelaram que o setor fechou 2006 com o melhor resultado dos últimos cinco anos – um crescimento de 35% no número de unidades construídas. Esse bom desempenho teve um impacto significativo no mercado imobiliário. Uma prova disso foram os resultados do grupo curitibano Gonzaga, que completa 53 anos de fundação em agosto. A Gonzaga Imóveis, especializada em venda, teve no ano passado um crescimento de 14,5% no faturamento. Já a Administradora Gonzaga, que tem como principal foco a administração e locação de imóveis, conseguiu um resultado 13,5% superior a 2006.

Uma das primeiras a funcionar aos sábados, domingos e feriados e implantar a cláusula arbitral nos contratos de locação (pela qual alguns litígios são resolvidos na câmera de arbitragem, o que garante rapidez à resolução de conflitos), o grupo Gonzaga pretende pelo menos repetir o desempenho de 2006, conta o diretor-executivo da Administradora Gonzaga, Roberto Gonzaga. A empresa também investe no segmento de incorporação e implantação de loteamentos. Um dos segredos do sucesso, segundo ele, é a especialização dos serviços, por isso, existem diretorias específicas para cada área no qual o grupo atua. Leia a entrevista que Roberto Gonzaga deu à reportagem:

Gazeta do Povo – Como o senhor avalia o ano de 2006 para o mercado imobiliário?Roberto Gonzaga – Tivemos um ano bom. O governo deu abertura, tirou alguns impostos da cesta básica da construção civil e incentivou a compra da casa própria, liberando mais dinheiro para o financiamento em bancos. Além disso, tivemos a queda de juros, que influenciou diretamente o mercado. Houve uma melhora significativa. Imóveis de R$ 60 mil e R$ 70 mil não páram no estoque, estejam onde estiverem localizados. Eles têm giro muito rápido.

Dá para dizer que este é o carro-chefe da Gonzaga Imóveis hoje?É o que mais gira. Mas, a Gonzaga Imóveis tem um mix de carteira. Quarenta por cento está na faixa de até R$ 80 mil e 60% mescla imóveis até R$ 200 mil. Os imóveis entre R$ 150 mil e R$ 250 mil também venderam bem.

Para o grupo Gonzaga, como foi o ano de 2006?O gráfico de vendas que compara 2005 e 2006 mostra que tivemos meses com picos de 35% e 38% superiores em relação a 2005. Para a locação, houve uma melhora incrível. O Natal das imobiliárias é janeiro e fevereiro. Em 2006 foi maravilhoso, batemos recorde. O índice de velocidade de locação (porcentual do que foi locado sobre a quantidade do estoque disponível de imóveis), medido pelo Sindicato da Habitação e Condomínios (Secovi-PR), apurou que o mercado ficou perto de 25%. Nós chegamos a ter 32% (em janeiro e fevereiro de 2006). Mas, esse resultado não funciona para todos. Para atingir um índice bom tem de fazer investimento nas áreas certas, estratégicas. Fazemos anúncios em jornais, colocamos nos imóveis faixas de grande destaque, investimos em internet, no site da empresa e divulgamos em outro grande site. Também temos promoções – até abril quem alugar um imóvel na Gonzaga ganha um brinde. Temos alugado cerca de 200 imóveis por mês. Em dezembro, mesmo sendo um mês fraco por causa das festas, locamos 192 imóveis. Também fazemos investimentos em outdoor, rádio e top site (uma espécie de outdoor vertical).

Quais são as perspectivas para o mercado em 2007?Excelentes. Fiz uma comparação considerando as pessoas que têm dinheiro aplicado no valor de R$ 1 milhão. No começo de 2006, esta quantia rendia entre 1,30% e 1,35% ao mês em aplicações diversas. Tirando o imposto de renda dava em torno de 1,15%. Hoje, investindo a mesma quantia não chega a 0,99% – descontando o imposto de renda, dá 0,78%. Com a aplicação na compra de imóveis, o retorno é de quase 1% com o aluguel. Além disso, o imóvel tem tido uma valorização mínima de 12% ao ano. É uma excelente opção de investimento. Para um investidor menor, se ele aplicar R$ 200 mil no mercado financeiro, o rendimento não chega a 0,8% (descontando o imposto de renda, dá 0,6%). Com o imóvel, ele tem 0,8% líquido da locação mais a valorização mensal. É a vedete do mercado. Há investidores que agora têm parte dos recursos em Bolsa e outra em imóveis. A inflação baixa contribuiu também. Tudo isso com um crescimento do país no patamar de 3,5%. Imagine se o presidente fizer crescer 5%! Para o setor de vendas, é a hora e o momento do consumidor comprar. Fiz uma pesquisa em setembro de 2006 sobre o mercado, comparando preços de Porto Alegre (RS), Florianópolis (SC) e Curitiba (PR) e temos o menor preço por metro quadrado. Em um apartamento de dois quartos, sala e cozinha com 76 metros quadrados em Florianópolis, você paga R$ 2.184 o metro quadrado. Em Curitiba, com esta metragem, você paga de R$ 800 a R$ 1 mil o metro quadrado. Este é o momento correto, tem financiamento em abundância.

Como será 2007 para o grupo?Temos algumas metas e objetivos. Vamos inaugurar até fevereiro a sede da filial Sul, que abrange os bairros do Pinheirinho, Capão Raso, Novo Mundo e Portão. Acreditamos que, se a pessoa entrou para alugar um imóvel de R$ 200 tem de ser tratada bem. As pessoas estão em constante evolução, depois ela pode alugar um de R$ 800 ou mais. Também temos um projeto social piloto no qual os inquilinos e as crianças terão à disposição, no prédio da sede Sul, dois computadores com acesso à internet. A incorporadora entregou em 2006 o empreendimento Leonardo Da Vinci, nas Mercês, e já existe um novo projeto de incorporação e outro de loteamento no Umbará.

Na sua avaliação, qual é a maior demanda de imóveis na capital paranaense?Curitiba é um cidade universitária, tivemos um boom de faculdades. São apartamentos de um ou dois dormitórios para locação e venda também. A demanda por empreendimentos de altíssimo padrão existe, mas não tanto quanto anos atrás. É um absurdo o que construíram de conjuntos comerciais. O índice de velocidade de locação de imóveis residenciais é de 26%. O comercial é de 6%. Tem muita oferta e pouca procura.

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