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Mercado imobiliário

Oferta de terrenos segue em alta em Curitiba e preço estabiliza

Número de lotes à venda cresceu 8,5% no último ano, embalado pela necessidade das famílias de “fazer dinheiro”

Venda de terrenos é uma forma de fazer dinheiro em meio à crise econômica. | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Venda de terrenos é uma forma de fazer dinheiro em meio à crise econômica. (Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo)

Item indispensável para o desenvolvimento do mercado imobiliário, a oferta de terrenos segue em alta em Curitiba. No último ano, o número de lotes disponíveis para venda cresceu 8,5% e somou 3,8 mil unidades, tendo abril como mês de referência.

Voltando um pouco mais no calendário, o aumento foi ainda mais significativo e chegou a casa dos 25,6% no comparativo com o igual mês de 2014, quando 3 mil imóveis estavam à venda, de acordo com os dados do Instituto Paranaense de Pesquisa e Desenvolvimento do Mercado Imobiliário e Condominial (Inpespar), ligado ao Sindicato da Habitação e Condomínios do Paraná (Secovi-PR).

VEJA: os bairros com a maior oferta de terrenos em Curitiba

A dificuldade financeira das famílias, em decorrência da crise econômica, superou a desaceleração do mercado imobiliário e, hoje, é apontada como um dos principais estímulos ao avanço da oferta.

“A necessidade de fazer dinheiro, seja das empresas ou de quem perdeu o emprego, faz com que quem tem terreno coloque-o para vender. Temos, inclusive, exemplos de clientes que compraram lotes com projeto de construir e mudaram os planos, colocando a área novamente para venda”, ilustra Maurício Ribas Moritz, presidente do Inpespar e vice-presidente de Economia e Estatística do Secovi-PR.

Augusta Coutinho Loch, diretora da Senzala Imóveis, acrescenta que os custos fixos para manter o imóvel parado, como o IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano), é outro fator que pesa na decisão pela venda, assim como o objetivo de algumas famílias de se desfazer do bem para deixar o país. “É difícil de se conseguir ter rendimento com terreno, a não ser nos casos em que o proprietário o aluga para estacionamento”, completa.

Demanda

A demanda pelos terrenos à venda varia de acordo com cada segmento, mas, de forma geral, não tem conseguido acompanhar no mesmo ritmo a evolução da oferta.

Augusta conta que, por parte das incorporadoras, a procura por áreas diminui bastante, principalmente em função do estoque de que algumas empresas dispõem. “A procura por grandes áreas caiu, mas os incorporadores regionais continuam prospectando terrenos [menores]”, complementa Daniel Galeano, diretor da Apolar Imóveis.

No segmento comercial, a busca também continua fluindo, mas, nestes casos, as empresas costumam adquirir imóveis já construídos e demoli-los para aproveitar o terreno, como explica Moritz.

Já o comprador individual, que adquire o terreno com o objetivo de construir a residência, tem preferido os condomínios fechados aos lotes de rua. “O valor do metro quadrado do terreno de rua pode cair em relação ao do condomínio, mas o custo da construção é o mesmo, então as pessoas os preferem por motivos de segurança”, explica Galeano.

Perfil

Outro fator que interfere na relação entre a oferta e a demanda refere-se ao perfil dos imóveis à venda, que nem sempre se encaixa às características que os compradores procuram, como localização e potencial construtivo da área, como lembra Moritz.

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