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Macedo, sócio da Cerâmica Inajá: uma das primeiras olarias a obter a qualificação do Programa Setorial da Qualidade | Cristiane Shinde/Studio Alfa
Macedo, sócio da Cerâmica Inajá: uma das primeiras olarias a obter a qualificação do Programa Setorial da Qualidade| Foto: Cristiane Shinde/Studio Alfa

Um projeto do Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequena Empresa (Sebrae) no Paraná aproveita o bom momento da construção civil para capacitar empresas do ramo cerâmico, especialmente as olarias que produzem tijolos, calhas e telhas. "São mais de 50 olarias participantes no Paraná, que buscam aumentar a qualidade dos produtos para vendê-los para outros estados", diz o coordenador da área de construção civil do Sebrae/PR, Edvaldo Pires Corrêa.A venda de material de construção registrada pelo Índice de Vendas da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Constru­­ção (Abramat) em janeiro de 2010 foi 4,25% maior na comparação com mesmo período de 2009. Na região Sul, o número teve incremento próximo de 3%. O aumento indica a previsão de crescimento nas vendas em 2010. "Em de­­zembro do ano passado, prevíamos um aumento de até 16% nas vendas internas em 2010. Esse patamar deve ser superado", analisa o presidente da entidade, Melvyn Fox.

Fox explica que os pequenos e médios empresários do setor são os que demonstram mais confiança no aquecimento do mercado e pretendem investir para ampliar a produção.

Eficiência no processo produtivo e mudanças de comportamento organizacional fizeram com que a Cerâmica Inajá, localizada no mu­­nicípio de Inajá, na região noroeste do Estado, se tornasse uma das primeiras olarias no Paraná com a qualificação do Programa Setorial da Qualidade (PSQ).

Com a intermediação do Sebrae e da Associação Nacional da In­­dústria Cerâmica (Anicer), o Labo­­ratório de Ensaios de Materiais, da Fundação Paulista de Tecnologia e Educação, realizou testes nas telhas e tijolos produzidos na Ina­­já, que se mostraram em conformidade com as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

A expectativa do sócio da empresa, Augusto de Azevedo Macedo, é de ampliação do mercado e aumento da produção. "Entramos em três obras no último mês quando obtivemos a certificação. Acredito que novos contratos serão fechados por esse motivo", conta.

O empresário diz que foram dois anos de preparação antes de entrar no processo de qualificação do PSQ. "A mudança de cultura dentro da empresa e as adequações necessárias às normas da ABNT foram fundamentais".

Outra empresa que segue o mesmo caminho é a Olaria Dois Irmãos, instalada no bairro Um­­bará, em Curitiba. Um dos proprie­­tários, José Raimundo Bonatto, comenta que este ano a empresa deve buscar a certificação, após um trabalho de três anos de melhorias e ampliação da produção. "Hoje temos um produto mais competitivo aqui e também fora do Paraná", diz Bonatto. A expectativa da empresa é aumentar a produção em até 30% este ano.

Outros materiais

Para o presidente da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário no Estado do Paraná (Ademi-PR), Gustavo Selig, as construtoras começam a sentir o reflexo do aumento das vendas de materiais de construção. "Alguns produtos de acabamento começam a faltar e para garantir os prazos algumas construtoras precisam importar esses materiais", diz.

A Abramat garante que o Brasil não corre o risco de sofrer com a falta de material. "O retorno que temos dos associados é que ao menos 60% deles pretende investir nos próximos meses para garantir quantidade suficiente de produtos", diz Fox.

O vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Paraná (Sinduscon-PR), Nor­­mando Baú, lembra que é ne­­cessário estar atento ao planejamento e negociação antecipada com os fornecedores nos próximos meses. "Não se nota a falta de ma­­terial neste momento, mas fornecedores e construtoras precisam trabalhar em conjunto para que não se corra esse risco", alerta.

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