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A construção civil está sempre em busca de novos sistemas e soluções para potencializar a qualidade de suas obras. Em muitos casos, tal inovação não precisa, necessariamente, estar atrelada ao desenvolvimento de um novo produto, mas sim à uma nova abordagem sobre matérias-primas tradicionais, como a madeira.

É o que demonstram os estudos realizados pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) em parceria com a Universidade Estadual de Londrina (UEL). Há cerca de sete anos, as instituições pesquisam as potencialidades do material e apresentam novos métodos de produção e de classificação da madeira, em especial do pinus, com o objetivo de otimizar e expandir o seu uso nos canteiros de obras.

LEIA MAIS: confira serviços de ensaios em materiais e produtos realizados pelos Institutos Senai

“Não é uma questão de tratamento, mas do direcionamento correto sobre o que a madeira pode oferecer em termos de resistência, durabilidade e rigidez segundo suas próprias características”, explica o arquiteto e urbanista Jorge Daniel de Melo Moura, professor da universidade e especialista em construções em madeira.

Secagem

Um dos trabalhos realizados pela parceria refere-se ao desenvolvimento de uma estufa para a secagem controlada da madeira. Com baixo custo de execução e operação, ela trabalha com baixas temperaturas – entre 70°C e 80°C –, dispensando o uso de caldeiras, o que faz com que seja uma alternativa para pequenas serrarias.

Tal necessidade, de acordo com o professor, decorre do fato de o produto comercializado e utilizado atualmente pelo setor não vir seco, o que pode causar diversos prejuízos para a construção. Entre eles estão a torção e o empenamento das peças – causando, por exemplo, o embarrigamento e a consequente entrada de água pelo telhado –, além da redução de suas dimensões. “O cálculo estrutural é feito baseado nas dimensões. Se a madeira encolhe, o cálculo passa a não ser o adequado, podendo haver perda estrutural”, acrescenta Moura.

Classificação

A classificação referente à resistência das peças de acordo com suas características naturais foi outro método desenvolvido pela parceria. Ela leva em consideração a análise visual dos anéis de crescimento, da inclinação das fibras e da quantidade de nós das peças para orientar sua adequada utilização.

“Quanto maior a quantidade de nós e mais inclinadas as fibras em relação ao limite da peça, mais baixa é sua resistência. Em contrapartida, quando mais anéis de crescimento há em uma mesma polegada da madeira, melhores propriedades mecânicas ela tem”, explica o professor.

A partir desta análise, as peças são classificadas em três níveis: estrutural 1 e estrutural 2 – que podem ser utilizadas em telhados, assoalhos e pisos – e não estrutural – para funções nas quais não seja necessária muita resistência, como confecção de formas, embalagens e usos decorativos.

“O mercado e o usuário não reconhecem estas questões como importantes, o que pode fazer com que a resistência prevista não seja atingida e que haja prejuízo estrutural”, alerta Moura.

Laboratórios

Confira alguns dos serviços de ensaios em materiais e produtos realizados pelos Institutos Senai de Tecnologia em Madeira e Mobiliário (Arapongas) e em Construção Civil (Ponta Grossa).

  • Madeira: laboratórios de análise de materiais e de ensaios estruturais.
  • Cerâmica vermelha: laboratório acreditado pelo INMETRO e credenciado pela ANICER, atende o escopo completo dos ensaios de cerâmica vermelha, tais como: ensaios em matéria-prima, composições de argila; bloco cerâmico; telha cerâmica; e laje cerâmica.
  • Minerais / agregados: caracterização completa de agregados para construção civil, ensaios físicos e beneficiamento de minerais, areia e brita.
  • Química: ensaios químicos em geral; difração e fluorescência de raio-x.
  • Solos e pavimentação: ensaios de granulometria; caracterização física e compactação de solos; cisalhamento triaxial; adensamento e resistência ao cisalhamento; determinação de estabilidade Marshall; e densidade aparente de betumes.
  • Concreto e artefatos: ensaios em artefatos como blocos e telhas de concreto; pisos intertravados; dosagem do concreto; controle tecnológico, Slump Test, moldagem de corpos de prova; módulo de elasticidade; resistência à compressão, esclerometria; absorção e dureza.
  • Argamassa: ensaios em argamassa de assentamento, de revestimento, colante, rejuntamentos e argamassas poliméricas; controle tecnológico; ensaios de resistência à compressão, flexão; retenção de água; teor de ar; densidade de massa; índice de consistência; resistência de aderência e determinação do tempo em aberto, determinação do deslizamento.
  • Cimento: atendimento ao escopo completo das análises de cimento, tais como: ensaios de tempo de pega; índice de finura; expansibilidade Le Chatelier; resistência à compressão; pasta de consistência normal; e massa específica.
  • Tecnologia Construtiva: ensaios segundo a NBR 15.575 que envolvem desempenho estrutural, térmico, acústico, lumínico; estanqueidade à água; impacto de corpo mole, impacto de corpo duro, avaliação da resistência de peças suspensas; elaboração de catálogos técnicos e manuais de uso, operação e manutenção de edificações.
  • Consultorias: em melhoria no processo produtivo; implantação, adequação e manutenção do Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H); Programa Setorial de Qualidade (PSQ); Lean Construction e Manufactoring; Sistema BIM e simulações de eficiência energética; soluções técnicas em processos construtivos; introdução e atendimento a NBR 15.575 e construção sustentável.
  • Linhas de pesquisa: utilização de subprodutos industriais na aplicação de novos materiais voltados para a construção civil; otimização de desenvolvimento de novos produtos na área de cerâmica, concreto, artefatos e argamassas.
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