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Recém-inaugurado na Rua Mateus Leme, no bairro Ahú, centro comercial tem quatro lojas, sendo uma delas a âncora. | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Recém-inaugurado na Rua Mateus Leme, no bairro Ahú, centro comercial tem quatro lojas, sendo uma delas a âncora.| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

O adensamento das regiões mais afastadas do centro e a necessidade de expansão do varejo e dos serviços vêm causando uma revolução no tradicional comércio de bairro, que tem visto crescer a implantação de pequenos shoppings na cidade, geralmente localizados em terrenos de esquina.

Power center traz nova proposta comercial para os bairros

Nem shopping, nem strip mall. Alinhado à proposta de ampliar a oferta de comércios e serviços nos bairros, os power centers podem ser vistos como um novo segmento imobiliário que chega para atender a demanda das localidades mais afastadas da região central da capital e das cidades do interior.

Com um projeto arquitetônico e comercial que fica no meio termo entre o oferecido pelos strip malls e os shoppings, a novidade terá sua primeira unidade instalada em Santa Felicidade, em uma obra da Schew Construções. “Estamos com o projeto em aprovação na Prefeitura e esperamos poder lançá-lo e começar as obras na metade do próximo ano”, conta Leonardo Schew, presidente do Grupo Schew.

Segundo ele, a principal diferença do power center para o strip mall é a de que ele não é aberto para a rua, apresentando uma formatação fechada, como a de um shopping. Sua área, porém, costuma ser diferente da de um grande mall, tendo como foco o atendimento do consumo de produtos e serviços, e não do entretenimento, como acontece com os shoppings.

“Neste projeto de Santa Felicidade, assim como nos do interior, estamos trabalhando em cima da loja âncora, que é a primeira a fechar o contrato e a partir da qual chamamos os demais lojistas”, explica Schew. O grupo tem oito projetos previstos para 2016 na capital e em cidades como Apucarana, Guarapuava e Umuarama. Além disso, estuda mais quatro bairros em Curitiba com potencial para receber os centros de compras.

Chamados de strip malls, os empreendimentos costumam copiar um modelo norte-americano e podem ser consideradas uma evolução dos antigos centros comerciais ao oferecem uma faixa de lojas (strip) e estacionamento conjunto aos lojistas, geralmente localizado à frente do empreendimento. “Este movimento é visível no Brasil e notório aqui em Curitiba. Não temos dados consolidados deste crescimento, mas temos atendido vários desenvolvedores que têm interesse em investir neste tipo de empreendimento. É um mercado que ainda está em desenvolvimento”, avalia Marcos Kahtalian, consultor da Brain Bureau de Inteligência Corporativa.

Para ele, a expansão do varejo – que ainda está muito concentrado na região central e nos shoppings – para os bairros é um dos principais incentivadores à implantação dos strip malls. Marcos Mendonça, proprietário da Imobiliária Confronto, acrescenta ainda a própria evolução do mercado imobiliário, que levou os empreendimentos de residenciais para outras regiões da cidade, como outro fator de estímulo ao segmento. “Mesmo que os novos empreendimentos não estejam totalmente ocupados, eles ajudam no desenvolvimento dos bairros e no surgimento da demanda por comércio e serviços”, pontua.

Projeto

O estudo detalhado do projeto – que vai da identificação do terreno ao início da operação das lojas – é fundamental para garantir o sucesso do negócio e a rentabilidade esperada pelos lojistas e investidores.

Sergio Zimmermann, diretor executivo da Estruturar Planejamento e Desenvolvimento Imobiliário, conta que, na empresa, cerca de 90% dos negócios são gerados pela necessidade de expansão de uma marca âncora. A partir dela, começa a busca pelo terreno e é acionada a carteira de investidores que irá financiar a construção do empreendimento – geralmente com três a cinco lojas e custo de cerca de R$ 5 milhões – na modalidade built to suit (imóvel feito sob medida para o cliente). “Assim, o empreendimento é planejado de acordo com a necessidade da demanda. É diferente de construir diversas lojas e colocá-las para locação”, explica o diretor.

Outro aspecto que garante o sucesso do negócio é o planejamento do mix de lojas que serão instaladas no centro comercial, geralmente relacionadas ao dia a dia dos moradores, como farmácias, agências bancárias, panificadoras e lavanderias. Na opinião de Zimmermann, o ideal é trabalhar com operações complementares, fazendo com que cada loja gere fluxo de clientes para as demais.

O retorno dos investidores, por sua vez, vem da valorização do imóvel e da rentabilidade com a locação dos espaços, que costumam ser formalizadas em contratos de, no mínimo, cinco anos.

Centros comerciais movimentam a economia local

Os especialistas são unânimes em afirmar que a implantação de um empreendimento do segmento strip mall traz diversos benefícios para os moradores e todo o entorno da região onde são instalados. Marcos Mendonça, proprietário da Imobiliária Confronto, destaca a praticidade de ter um mix de comércio e serviços próximo de casa. “Nesses empreendimentos, as pessoas têm facilidade para estacionar o carro e ir à farmácia, à academia ou ao banco em um único local”, detalha ele.

A melhora na qualidade da oferta de serviços e do varejo da região, impulsionado pela presença de grandes marcas e franquias, é outro aspecto levantado por Marcos Kahtalian, consultor da Brain. “Isso evita ou minimiza o número de deslocamentos necessários para as pessoas terem acesso aos produtos, reduzindo o trânsito e otimizando o tempo delas”, acrescenta.

A presença das lojas também movimenta a economia da região, gerando empregos para os moradores e favorecendo os empreendedores locais, que encontram nestes centros comerciais pontos disponíveis e com qualidade para abrir os seus negócios.

Outra vantagem é a revitalização que a construção dos empreendimentos traz para espaços antes subutilizados ou abandonados, que, aliada aos demais benefícios, valoriza conceitual e economicamente a região. “Os strip malls geram movimento e iluminam o local, ajudando na segurança da área. Se eles forem instalados e se consolidarem onde antes não havia nada, terão reflexos sobre a valorização dos imóveis”, acrescenta Augusta Coutinho Loch, gerente da Senzala Imóveis.

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