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O primeiro contato da professora Nayra Rafaela Vido com o Ler e Pensar aconteceu durante a pandemia. Através de um grupo de WhatsApp, formado por professores da Rede Estadual de Ensino de São Paulo, ela conheceu o projeto de educomunicação da Gazeta do Povo, que oferecia gratuitamente alguns dos recursos de que ela precisava para enfrentar o desafio da educação a distância. Afinal, da noite para o dia, milhares de professores da rede pública de ensino tiveram que lidar com o fechamento das escolas e o uso de tecnologias, sem dispor, na grande maioria das vezes, dos recursos necessários para promover o ensino online.

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“Nesse período, as formações do LeP me ajudaram bastante. Quando a gente migrou para o remoto, eu tive muitas dificuldades. Nunca tinha usado e nem conhecia a variedade de tecnologias disponíveis. Com o LeP, tive acesso não só às várias lives – com alguns convidados e especialistas na área da educação como o Moran (José Manuel Moran, fundador da Escola do Futuro, referência entre estudiosos nas áreas de educação, comunicação e tecnologia) – como também às dicas pedagógicas”, comenta Nayra.

Desde 2020, a professora segue fiel ao projeto que, nesse período, já auxiliou mais de 10 mil professores, de todo o Brasil, a lidar com o retorno às aulas presenciais, a recomposição da aprendizagem e o acolhimento dos estudantes. Ela relata como o LeP tem sido importante no enfrentamento ao bombardeio de informações a que os estudantes são submetidos diariamente. Segundo a professora, os alunos não conseguem diferenciar facilmente fatos de opiniões, apresentando dificuldades na interpretação de textos e no compartilhamento de conteúdos, nem sempre checados ou verificados.

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“Nosso papel, enquanto educadores, é o de instigar a curiosidade dos alunos. O fato de eu trazer uma reportagem, que faz parte do cotidiano deles, que muitas vezes eles já até curtiram ou compartilharam nas redes sociais, faz que com passem a se interessar. Desse modo, eu consigo trabalhar a leitura crítica dos estudantes. Foi assim que surgiu a ideia do Escape Room, um jogo em que eles precisam desvendar um mistério, através de pistas dadas a partir de uma notícia da Gazeta”, destaca.

A dinâmica permitiu que os alunos participassem de forma ativa das aulas, tornando-se protagonistas no processo de aprendizagem. Estudar, por exemplo, o sistema digestivo, através da notícia de um crime, fez com que os alunos se envolvessem muito mais com as aulas, alterando a sua relação com o conhecimento, orientando a leitura, a escrita e despertando o prazer por aprender ciências.

“Eles gostaram tanto dessa atividade, dessa interação com os colegas, que já pediram outras semelhantes. Aí eu digo pra eles: pessoal, tem que estar relacionado com o assunto. O bom é que, com o jornal, a gente sempre consegue encontrar notícias relacionadas aos temas trabalhados em sala de aula. Uma ferramenta valiosa para envolver os estudantes e trabalhar com a linguagem, com o contexto da informação e com a conscientização”, completa.