O ex-presidente dos EUA Barack Obama ao lado dos candidatos democratas ao Senado americano na Geórgia, Jon Ossoff (esq.) e Raphael Warnock, em evento de campanha em 2 de novembro| Foto: Jessica McGowan/ Getty Images/ AFP
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Duas disputas de segundo turno na Geórgia devem determinar o controle do Senado dos Estados Unidos, a fim de saber se o presidente eleito Joe Biden terá ou não maioria democrata nas duas Casas do Congresso ao iniciar seu governo.

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Neste momento, a situação no Senado é de empate, com 48 republicanos e 48 democratas. Quatro cadeiras estão em aberto: além de duas da Geórgia, o Partido Republicano lidera a apuração e deve vencer no Alasca e na Carolina do Norte, com contagens ainda em andamento. Caso o resultado provável se confirme, os democratas terão de vencer as duas disputas na Geórgia em 5 de janeiro para conseguir o controle de 50 cadeiras. Isso daria ao partido a maioria, já que a vice-presidente eleita, Kamala Harris, acumula o papel de presidente do Senado e poderia decidir questões empatadas. A Câmara dos Representantes deve seguir sob controle democrata, embora com uma maioria menor.

As disputas de segundo turno da Geórgia testarão o quanto o panorama político mudou. Neste domingo, Biden estava à frente do presidente Donald Trump por cerca de 10 mil votos na apuração local, com quase 5 milhões de votos contabilizados. Deve haver recontagem na disputa presidencial no estado, diante da margem muito estreita, a menor na Geórgia neste momento desde a Guerra Civil Americana. Se Biden vencer e levar na Geórgia, ele será o primeiro democrata a conseguir isso desde 1992.

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A lei eleitoral do estado é diferente para candidatos ao Senado e à Câmara. Se nenhum candidato conseguir mais de 50% dos votos mais um, os dois mais votados realizam segundo turno. No Senado, uma das disputas de janeiro na Geórgia será entre o senador David Perdue, republicano, contra o democrata Jon Ossoff, um documentarista que nunca teve cargo político. Na outra, o democrata Raphael Warnock, pastor de uma igreja batista em Atlanta, tenta derrotar a senadora republicana Kelly Loeffler, empresária apontada no ano passado pelo governador republicano da Geórgia, Brian Kemp, para preencher a cadeira do republicano Johnny Isakson, que havia se aposentado.

Perdue e Loeffler são vistos como aliados próximos de Trump, enquanto os dois rivais democratas têm sido críticos ao atual presidente. Os republicanos dominam a política da Geórgia há décadas, mas o Partido Democrata tem ganhado força, com o apoio de eleitores mais jovens e de minorias, muitos dos quais se mudaram para a região metropolitana de Atlanta vindos do norte do país.

Uma questão importante é se os democratas comparecerão ao segundo turno para o Senado com o mesmo peso da eleição geral. Um estudo do histórico de segundos turnos na Geórgia concluiu que, desde 1988, os democratas venceram apenas uma das sete disputas ocorridas, em 1998.