Apoiadores de Donald Trump protestam em frente ao State Capitol em Lansing, Michigan, após o democrata Joe Biden ter sido declarado vencedor da eleição presidencial dos EUA, 7 de novembro| Foto: SETH HERALD / AFP
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Em meio a litígios e recontagens na eleição presidencial dos Estados Unidos, boa parte da atenção está voltada para uma empresa sediada em Denver com fortes laços políticos.

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A Dominion Voting Systems, fabricante de máquinas de apuração de votos fundada no Canadá, fabrica equipamentos que são usados ​​nos estados do Arizona, Geórgia, Michigan, Nevada, Carolina do Norte e Pensilvânia. Todos esses estados viram margens mínimas nos resultados da eleição presidencial, que está oficialmente indefinida.

A empresa controla mais de um terço do mercado de urnas eletrônicas nos Estados Unidos, de acordo com várias reportagens. De acordo com o site da Dominion, suas máquinas também são usadas nos estados da Califórnia, Utah, Alasca, Colorado, Novo México, Illinois, Nova York e Nova Jersey, além de Porto Rico.

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Autoridades eleitorais encontraram falhas específicas em Michigan e na Geórgia, mas a empresa diz que a culpa não é do equipamento.

"Não há relatos confiáveis ​​ou evidências de erros de software de sistema na Geórgia ou no Michigan, incluindo relatórios errôneos de resultados não oficiais de Antrim County, Michigan", disse a Dominion em um comunicado publicado em seu site, acrescentando:

As alegações sobre atualizações de software feitas na noite anterior ao dia da eleição são 100% falsas.

Os principais meios de comunicação americanos projetaram no sábado que o ex-vice-presidente Joe Biden venceu a eleição presidencial. Mas, com margens apertadas em vários estados, o presidente Donald Trump não reconheceu a vitória e autoridades não certificaram as contagens de votos enquanto o litígio pela campanha de Trump continua.

Aqui estão quatro coisas importantes que você deve saber sobre a Dominion, a fabricante de máquinas de votação que está causando tanta agitação:

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1. Problemas em Michigan e na Geórgia

O condado de Antrim, um condado predominantemente republicano no norte de Michigan que escolheu Trump com 62% dos votos em 2016, virou para Biden no dia da eleição, quando a contagem inicialmente deu ao ex-vice-presidente 6.000 votos que na verdade pertenciam a Trump.

Depois que sinais de alerta apareceram, os funcionários eleitorais do condado fizeram uma recontagem manual das cédulas e determinaram que Trump na verdade venceu com 56%, relatou o Detroit Free Press.

A maioria dos outros 82 condados de Michigan também usa máquinas de votação Dominion. Em resultados não oficiais, Biden derrotou Trump em Michigan por 50,6% a 47,9%.

"Este foi um erro isolado, não há evidências de que esse erro de usuário tenha ocorrido em outras partes do estado e, se ocorresse, seria detectado durante as certificações de votos do condado, que são conduzidas por conselhos bipartidários de certificadores do condado", o gabinete da secretária de Estado de Michigan Jocelyn Benson, uma democrata, disse em um comunicado por escrito.

Mas o Partido Republicano de Michigan pediu mais investigações em outros condados.

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Um representante que supervisionava o equipamento e que carregou na máquina as cédulas enviadas por correio causou uma falha técnica nos condados de Morgan e Spalding, na Geórgia, que usavam máquinas de votação da Dominion, informou o site de notícias Politico.

Por causa da falha, os eleitores não puderam votar na máquina durante duas horas no dia da eleição, o que levou um tribunal estadual a estender o horário de votação para até 23 horas.

Mais tarde, o condado de Gwinnett, que também usa máquinas da Dominion, teve um atraso no relatório dos resultados. Um "cartão de dados ruim" adiou o carregamento de 4.000 cédulas de correio e de 460 votos pessoais antecipados, informou a CNN.

A Dominion respondeu: "O gabinete do secretário de Estado da Geórgia continua a afirmar publicamente que não há problemas generalizados."

Em resultados não oficiais, Biden tem 49,5% dos votos da Geórgia contra 49,2% de Trump.

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2. Ligações da empresa com os Clintons, Nancy Pelosi e Mitch McConnell

Não é totalmente incomum que uma grande empresa tenha laços com líderes políticos - geralmente de ambos os lados. A Dominion aparentemente não é exceção aqui.

A empresa doou entre US$ 25.000 e US$ 50.000 para a Fundação Clinton em 2014, de acordo com um banco de dados de doadores do Washington Post.

A Fundação Clinton, dirigida pelo ex-presidente americano Bill Clinton; sua esposa, a ex-secretária de Estado Hillary Clinton; e sua filha, Chelsea Clinton, inclui uma postagem elogiosa sobre a Dominion em seu site.

"Em 2014, a Dominion Voting [Systems] se comprometeu a fornecer a democracias emergentes e pós-conflito acesso à tecnologia de votação por meio de seu apoio filantrópico ao Projeto DELIAN, já que muitas democracias emergentes sofrem violência pós-eleitoral devido ao atraso na publicação de resultados eleitorais", afirma o post da Fundação Clinton, acrescentando:

Nos próximos três anos, a Dominion Voting apoiará pilotos de tecnologia eleitoral com a doação de Máquinas de Votação Automatizada (AVM), proporcionando um processo eleitoral aprimorado e, por consequência, eleições mais seguras. Como um grande número de funcionários eleitorais são mulheres, haverá ênfase no treinamento de mulheres, que serão as primeiras a se beneficiar do treinamento de transferência de habilidades e uso de AVMs. Estima-se que 100 mulheres se beneficiarão diretamente do treinamento em tecnologia eleitoral por eleição piloto.

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A empresa contratou o escritório de lobby e advocacia Brownstein Hyatt Farber Schreck LLP, que emprega Nadeam Elshami, ex-chefe de gabinete da presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, de acordo com a Bloomberg News.

O escritório inclui os lobistas David Cohen e Brian Wild, que também fazem lobby pela Dominion e contribuíram com US$ 2.000 e US$ 1.000, respectivamente, para a campanha de 2020 do líder da maioria no Senado, o republicano Mitch McConnell, de acordo com o site esquerdista Truth Out.

Laços políticos estreitos representam o perigo de um conflito de interesses para uma empresa encarregada de obter os votos de maneira correta, disse Ty McCoy, ex-secretário-assistente da Força Aérea e vice-presidente da Cyber, Space, and Intelligence Association.

"Permitir que pessoas com fortes visões políticas basicamente contem os votos quando estão politicamente conectadas é quase como permitir que um terceirizado da área de defesa participe de reuniões nas quais o Pentágono decide quais sistemas de armas usar. É altamente impróprio", disse McCoy ao The Daily Signal.

3. George Soros e eleição das Filipinas

Um dos rumores que circulavam pela internet antes do dia da eleição dizia que o financista e filantropo progressista George Soros era dono da Dominion. Ele não é. No entanto, existe uma ligação entre os dois.

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Dois sócios, John Poulos e James Hoover, fundaram a Dominion Voting Systems em 2000 em Toronto. A empresa está sediada em Denver, no estado americano do Colorado.

Um estudo da Penn Wharton intitulado "The Business of Voting" [O negócio da votação] diz que os sistemas de votação da Dominion alcançaram cerca de 71 milhões de eleitores americanos em 1.635 jurisdições em 2016.

A Dominion assinou um contrato em 2009 com a Smartmatic, que constrói e implementa sistemas de votação eletrônica, e forneceu os scanners ópticos usados ​​nas eleições de 2010 nas Filipinas, informou o Accesswire.

Houve processos judiciais nas Filipinas devido a falhas e alegações de fraude. Uma revisão independente dos códigos-fonte usados ​​nas máquinas encontrou vários problemas. A revisão disse: "O inventário de software fornecido pela Smartmatic é inadequado, ... o que põe em questão a credibilidade do software."

O presidente da Smartmatic é Mark Malloch-Brown, membro da Câmara dos Lordes britânica, que também é membro do Conselho Global das Open Society Foundations, fundadas por Soros, relatou a Associated Press.

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4. Sistema rejeitado no Texas

O Texas rejeitou as urnas de votação da Dominion duas vezes, em 2013 e em 2019. Dois escritórios estaduais descobriram o que chamaram de "vários problemas de hardware e software" do sistema da Dominion e que por isso ele não atendia aos requisitos do Código Eleitoral do Texas.

Em outubro de 2019, o gabinete do secretário de Estado do Texas explicou que a Dominion não atendia aos requisitos de certificação do código eleitoral do Texas.

"Os relatórios do examinador identificaram vários problemas de hardware e software que impedem o gabinete do secretário de Estado do Texas de determinar que o sistema Democracy Suite 5.5-A [da Dominion] atende a cada um dos requisitos do sistema de votação estabelecidos no Código Eleitoral do Texas", diz a declaração, acrescentando:

Especificamente, os relatórios do examinador levantam questões sobre se o sistema Democracy Suite 5.5-A é adequado para a finalidade pretendida; opera com eficiência e precisão; e está protegido contra manipulação fraudulenta ou não autorizada. Portanto, o sistema Democracy Suite 5.5-A e os dispositivos de hardware correspondentes não atendem aos padrões de certificação prescritos pela Seção 122.001 do Código Eleitoral do Texas.

Em sua declaração emitida após a eleição, a Dominion afirma que o equipamento foi aprovado em outro lugar.

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"O sistema Democracy 5.5 da Dominion, o que é usado na Geórgia, foi aprovado pela Comissão Nacional de Assistência às Eleições em 2018. No ano seguinte, não conseguiu a certificação no Texas", diz o comunicado da empresa.

©2020 The Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês