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Cerca de 40% dos militares americanos no Iraque consideram que a tortura deveria ser autorizada para salvar vidas ou obter informações importantes, segundo um relatório do Pentágono publicado nesta sexta-feira (4).

No total, 41% dos soldados e 44% dos marines posicionados no Iraque são favoráveis à prática da tortura para salvar a vida de outro militar americano, de acordo com este estudo realizado entre agosto e outubro de 2006 por uma equipe de especialistas do setor da saúde do exército dos Estados Unidos.

Além disso, 36% dos soldados e 39% dos marines defendem a prática da tortura para obter informações importantes sobre os rebeldes.

O relatório foi finalizado em novembro, tendo sido publicado somente nesta sexta-feira, com trechos censurados, após vazamentos à imprensa.

A general Gale Pollock, médica-chefe do Exército, estabeleceu uma diferença entre as idéias dos militares e seus atos. "Estes homens e mulheres viram amigos feridos, e considero que ter esse tipo de posição é normal", disse Pollock durante uma entrevista coletiva.

"No entanto, eles não torturam pessoas", afirmou.

Segundo a investigação realizada com 1.300 soldados e 450 marines, somente 47% dos soldados e 38% dos marines entrevistados pensam que os civis iraquianos devam ser tratados com dignidade e respeito.

Cerca de 10% dos militares entrevistados afirmaram ter maltratado civis iraquianos sem necessidade.

Um pouco menos da metade declara que avisaria seus superiores sobre um comportamento antiético de um colega.

Apesar de ter recebido uma formação ética, quase um terço dos soldados e dos marines disseram ter lidado com situações éticas em que não sabiam qual era a resposta apropriada.

Os investigadores constataram que os maus-tratos de civis aumentam quando os militares americanos têm colegas mortos ou feridos ou devem lidar com corpos e restos humanos.

Eles recomendam desenvolver a "formação ética no campo de batalha", para que "os soldados e os marines saibam exatamente que atitudes são aceitáveis e quais são os procedimentos a seguir para assinalar violações".

O relatório também destaca que os problemas de saúde mental são maiores entre os militares que efetuam uma missão prolongada no Iraque, ou entre os que realizam sua segunda ou terceira missão neste país.

A equipe de investigadores sugere a redução da duração da missão dos soldados no Iraque, ou um período de recuperação de 18 a 36 meses entre cada missão.

No entanto, o Exército americano decidiu recentemente prolongar a duração das missões no Iraque de 12 para 15 meses, para responder às carências em efetivos do contingente militar dos Estados Unidos.

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