Centro de detenção para filhos de imigrantes em Tornillo, na fronteira entre os Estados Unidos e o México| Foto: HERIKA MARTINEZ/AFP

Uma nova lista compilada pelo governo dos Estados Unidos e enviada a autoridades do Brasil mostra que pelo menos 49 crianças brasileiras estão em abrigos para menores pelo país, separadas dos pais. O número é o sêxtuplo das oito ocorrências que eram de conhecimento do consulado brasileiro em Houston. 

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 Um dos abrigos, que fica em Chicago, concentra 21 crianças brasileiras. Em outro, são oito. Mas, na maioria deles, há apenas uma ou duas crianças. A lista foi atualizada na última sexta-feira (15) pelo Departamento de Saúde americano, que administra as instituições para menores. Mas não inclui os nomes das crianças, idades e nem mesmo a cidade ou estado em que fica o abrigo. 

 "É uma lista muito precária, mas nós vamos correr atrás das crianças a partir dela", disse à reportagem o cônsul-geral adjunto do Brasil em Houston, Felipe Costi Santarosa. As crianças que já foram identificadas e colocadas em contato com os pais têm entre 5 e 17 anos, e estão em oito abrigos diferentes espalhados pelos EUA, em estados tão diversos quanto Arizona, Califórnia e Nova York. 

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  Crianças imigrantes têm sido separadas dos pais ao atravessarem a fronteira dos EUA, em decorrência da política de tolerância zero da administração de Donald Trump - que, em abril, passou a processar criminalmente os estrangeiros pelo crime de travessia ilegal, enviando-os a presídios federais. 

 Desde então, pelo menos 2.000 crianças foram apartadas dos pais e encaminhadas a abrigos, num período de seis semanas, segundo o governo americano. 

 O governo brasileiro, por meio dos consulados nos EUA, tem acompanhado os casos e tentado reconectar as famílias - que, na grande maioria das vezes, desconhecem o paradeiro dos menores. 

 Grande parte dos imigrantes não tem advogado, porque não consegue pagar por um. Como estão detidos, a maioria acaba demorando semanas para localizar o(s) filho(s). 

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