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Imigrantes  da etnia rohingya em Kuala Langsa, na Indonésia. | Jun Ha / EFE
Imigrantes da etnia rohingya em Kuala Langsa, na Indonésia.| Foto: Jun Ha / EFE

Pescadores resgataram ontem cerca de 800 pessoas que estavam à deriva em barcos perto da Indonésia. Elas foram levadas para terra firme na Indonésia, mas outras embarcações repletas de imigrantes foram enviadas de volta para o mar, apesar de um apelo da ONU pelo resgate de milhares de imigrantes à deriva nas águas do sudeste asiático.

A ONU estima que cerca de 6 mil imigrantes bengalis e rohingyas continuam à deriva no mar. A entidade criticou que Malásia, Indonésia e Tailândia tenham iniciado “uma política de devolução” ao mar de embar-cações com imigrantes.

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Imagens divulgadas pela Itália mostram corpos de africanos que estavam em um barco naufragado no Mediterrâneo em abril. 800 pessoas se afogaram no episódio.

O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Raad al Hussein, pediu aos governos desses três países que “atuem rapidamente para proteger as vidas dos imigrantes”.

Há cinco dias, a Indonésia permitiu o desembarque de 582 pessoas no país. A Malásia recebeu 1.018 no dia seguinte, mas a ONU advertiu os governos dos dois países que se negar a resgatar embarcações repletas de pessoas é o mesmo que pôr suas vidas em perigo.

Zeid disse estar consternado com as informações que Malásia, Indonésia e Tailândia devolveram embarcações de imigrantes para o mar aberto, impedindo-os de chegar ao litoral.

“Tais ações vão levar necessariamente a várias mortes que poderiam ter sido evitadas”, previu Zeid.

Ele qualificou de “incompreensível e desumana” a ação da Marinha tailandesa de distribuir água e comida em um barco no qual se encontram centenas de pessoas “em condições abjetas”, além de combustível para que saiam de suas águas territoriais.

A ONU também criticou as ameaças feitas por países da região de criminalizar solicitantes de asilo.

Contrabandistas abandonaram navios cheios de imigrantes no mar de Andaman após uma repressão tailandesa ao tráfico de pessoas. A Tailândia é a primeira parada na rota mais comum para tráfico humano usada por criminosos que têm como alvo muçulmanos da etnia rohingya que fogem da perseguição em Mianmar e Bangladesh e buscam escapar da pobreza.

Estima-se que no ano passado cerca de 53 mil imigrantes partiram por mar de Bangladesh e Mianmar, onde a minoria rohingya é perseguida e vive em condição de apátrida.

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