| Foto: VALERY HACHE/AFP

Um caminhão atropelou e matou dezenas de pessoas em Nice, no Sul da França, nesta quinta-feira (14), em uma ação que foi qualificada pela Prefeitura como atentando. A multidão participava da festa da Queda da Bastilha. O número de mortos chega a 80, de acordo com o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve. Há dezenas de feridos, dos quais 18 estão em estado grave.

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O presidente François Hollande afirmou que o país está “sob ameaça do terrorismo islâmico” e que vai reforçar as operações militares no Iraque e na Síria, países onde o Estado Islâmico tem forte presença.

Vídeos postados no Twitter mostram correria após o atropelamento

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Segundo a imprensa francesa, o veículo entrou na área fechada da esplanada dos Ingleses, avenida litorânea da cidade, por volta das 22h30 (17h30 em Brasília), onde milhares de pessoas esperavam a queima de fogos. O caminhão estava em alta velocidade e provocou pânico na orla, muito frequentada por turistas, especialmente no dia da festa nacional francesa. “Havia gente machucada e destroços por todos os lados em meio aos gritos”, declarou o jornalista da AFP.

Cronologia: França foi alvo de múltiplos ataques desde janeiro de 2015

O secretário regional do Interior, Sébastien Humbert, disse ao canal BFMTV que “houve troca de tiros e o motorista do caminhão foi morto”. “O caminhão atropelou a multidão em um longo trecho da avenida beira-mar, o que explica o elevado número de mortos”, declarou Humbert.

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Várias ambulâncias foram enviadas ao local, isolado por policiais e militares, que se concentravam na praça Masséna, totalmente bloqueada às 23h30 (18h30 Brasília), constatou a AFP. A prefeitura da região de Alpes-Maritimes, onde fica Nice, pediu à população que volte a suas casas e vá a locais fechados.

O feriado de 14 de julho é o mais importante do país, pois marca um dos principais acontecimentos da Revolução Francesa.

Atentado

Esse é o segundo atentado mais sangrento cometido na Europa nos últimos anos, superado apenas pelos ataques em Paris, em novembro de 2015, com 130 mortos. O ataque contra Bruxelas, em março de 2016, fez 32 vítimas. Os ataques a Paris e Bruxelas foram reivindicados pelo grupo jihadista Estado Islâmico.

O atentado em Nice ocorreu em um contexto de ameaça terrorista muito elevada, especialmente na França, envolvida em ações militares na Síria contra o Estado Islâmico.

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O massacre aconteceu menos de duas semanas antes do final programado para o estado de emergência na França, previsto para o dia 26 de julho.

Hollande volta para Paris para chefiar célula de crise

O presidente francês, François Hollande, que estava em Avignon (sudeste), voltou a Paris para chefiar a célula de crise montada no ministério do Interior na madrugada de quinta para sexta-feira (hora local), indicou a presidência francesa à AFP.

Documentos são encontrados no caminhão

Documentos de identidade de um franco-tunisiano foram encontrados dentro do caminhão usado no atentado em Nice. “A identificação do motorista do caminhão ainda está em curso”, disse uma fonte policial à AFP por volta das 3h20 (22h20, horário de Brasília), acrescentando que se trata de um homem de 31 anos, com residência em Nice.

A autoria do ataque não foi até agora assumida por nenhum grupo, mas autoridades informaram que as investigações serão conduzidas por uma seção antiterrorista.

“As investigações estão em andamento para estabelecer se um indivíduo agiu sozinho ou se ele teve cúmplices que podem ter fugido”, explicou o porta-voz do ministério do Interior, Pierre-Henry Brandet.

De acordo com o canal de TV francês BFM TV, o motorista teria percorrido 2 quilômetros atropelando pessoas. Foram achadas metralhadoras e granadas no caminhão.

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Vídeos postados no Twitter mostram correria após o atropelamento.