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O presidente palestino, Mahmoud Abbas, da facção Fatah, convidou formalmente nesta quinta-feira o primeiro-ministro Ismail Haniyeh, do Hamas, a formar um novo governo de unidade nacional. Abbas pediu também que Haniyeh respeite os acordos de paz previamente firmados com Israel.

Haniyeh aceitou o convite de formar um novo gabinete durante uma coletiva de imprensa na Cidade de Gaza. Os palestinos esperam que o governo de unidade nacional consiga interromper a violência entre facções e convencer o Ocidente a suspender suas sanções.

- Senhor Ismail Haniyeh, nós o designamos para formar o governo palestino - afirmou Abbas, de pé ao lado do premier, depois de Haniyeh renunciar formalmente ao cargo, numa manobra regimental para permitir a formação do governo de coalizão.

Abbas "convidou" o primeiro-ministro, agora interino, a "respeitar" os acordos prévios com Israel. Haniyeh prometeu "trabalhar em concordância" com Abbas.

Não está claro se essa postura do Hamas satisfaz às exigências do chamado Quarteto de mediadores do Oriente Médio para o fim das sanções - que incluem reconhecimento da existência de Israel, renúncia à violência e adesão aos acordos de paz.

Mas os EUA já informaram a Abbas que pretendem boicotar todo o novo governo, inclusive seus ministros que não sejam do Hamas, a não ser que sejam atendidas as exigências, segundo diplomatas e autoridades palestinas.

A formação do novo governo foi adiada na quarta-feira devido a disputas de última hora por cargos, especialmente o de ministro do Interior, responsável pela segurança, e sobre o destino dos 5.600 policiais sob o comando do Hamas.

Outra complicação surgiu quando importantes agentes financeiros palestinos decidiram não retomar as transferências para o governo se não houvesse garantias dos EUA que de não seriam submetidos a sanções. Diplomatas ocidentais disseram duvidar de que essas garantias sejam dadas.

Uma importante autoridade palestina disse ter sido informada pelos americanos que "eles vão boicotar o novo governo comandado pelo Hamas, e os ministros da Fatah e independentes serão tratados da mesma forma que os ministros do Hamas". Diplomatas próximo à questão confirmaram essa disposição dos EUA, embora o porta-voz do Departamento de Estado, Sean McCormack, tenha declarado que é prematuro dizer que Washington vai boicotar o gabinete inteiro.

Representantes do Quarteto (EUA, Rússia, União Européia e ONU) se reúnem na sexta-feira em Jerusalém, preparando a cúpula de segunda-feira entre Abbas, o primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, e a secretária americana de Estado, Condoleezza Rice.

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