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O presidente palestino, Mahmoud Abbas, disse na quarta-feira que as negociações com o Hamas para a criação de um governo de unidade nacional fracassaram, e que ele pode ter de dissolver o governo liderado pelo grupo islamita.

- Meus poderes constitucionais serão usados no momento adequado - disse ele numa entrevista coletiva, numa clara referência a uma ordem presidencial para dissolver o governo.

- O diálogo já não existe mais - afirmou Abbas, algumas horas antes da reunião que manteria com a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice.

Um dos objetivos da visita de Condoleezza é reforçar o moderado Abbas na disputa de poder com o Hamas, o grupo islâmico que defende a destruição de Israel e que governa os territórios palestinos após ter sido eleito democraticamente em janeiro.

- É extremamente necessário que aumentemos nosso empenho para encerrar essa crise e cheguemos a uma solução para a criação de um novo governo - disse Abbas. - Espero atingir esse objetivo o mais rápido possível, porque o povo está sofrendo há sete meses e não suporta mais sofrimento.

Abbas não falou na formação de um governo de unidade nacional, possibilidade que ficou semanas sendo discutida com o Hamas antes de empacar na recusa do grupo em reconhecer a existência de Israel.

Ismail Rudwan, porta-voz do Hamas, pressionou Abbas pela continuidade das negociações.

- O Hamas adverte contra qualquer tentativa de executar um golpe. As alternativas serão dolorosas - disse Rudwan.

Parte do movimento Fatah, de Abbas, vem defendendo que ele dissolva o governo liderado pelo Hamas e forme um novo governo, numa medida que pode provocar uma guerra civil.

Tanto Israel como os países do Ocidente interromperam a ajuda financeira à Autoridade Palestina depois da eleição do Hamas, agravando a crise econômica em Gaza e na Cisjordânia.

O Hamas se recusa a ceder às exigências internacionais para que reconheça Israel, renuncie à violência e adote os acordos de paz já existentes.

Enquanto isso, em Bruxelas, ex-líderes mundiais divulgaram documento pedindo a reabertura de um processo de paz no Oriente Médio.

As perspectivas da retomada das negociações de paz com os palestinos e a preocupação com o Irã também devem fazer parte da agenda das conversas de Condoleezza com o premier israelense, Ehud Olmert.

- O premier disse ontem que é a primeira vez que ele sente de verdade... que isso é uma ameaça à existência de Israel - disse Miri Eisin, porta-voz de Olmert, sobre uma possível bomba nuclear iraniana. - Somos os únicos a ter sido ameaçados, mas o problema [iraniano] tem de ser enfrentado pelo mundo todo - disse ela.

Eisin reiterou que Olmert pretende se reunir com Abbas, mas disse que o encontro não deve acontecer antes da viagem do premier israelense à Rússia, marcada para 18 de outubro.

Enquanto isso, na Cisjordânia, três homens mascarados mataram um líder do Hamas quando ele saía de uma mesquita, segundo testemunhas.

Mohammed Odeh, 37, foi morto um dia depois de o braço armado do Fatah ter ameaçado matar líderes do Hamas. No domingo, confrontos entre as duas facções deixaram 12 mortos.

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