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Olmert desmente troca de territórios com palestinos

Jerusalém – O premier israelense, Ehud Olmert, desmentiu ontem que esteja estudando uma nova proposta de paz incluindo uma troca de territórios, de modo que os palestinos ficassem com o equivalente a 100% da superfície da Cisjordânia.

O escritório de Olmert afirma em comunicado à imprensa que não sabe de nenhum plano como o descrito pelo jornal Ha’aretz. "Esse plano não foi considerado, nem está sendo estudado em nenhum fórum", garante a nota.

"Expressamos nossa surpresa com um artigo errôneo, que foi publicado sem tentativa de verificação conosco", acrescenta o comunicado.

A proposta, destaque da edição de ontem do jornal, faria parte supostamente do pacote preparado por Israel para a negociação de um "acordo de princípios" com os palestinos antes da conferência internacional de paz.

O jornal não cita nenhuma fonte, mas garante que Olmert tem a intenção de propor à Autoridade Palestina uma compensação territorial por zonas da Cisjordânia que estão sob soberania israelense. São 5% do território, divididos em três grandes blocos de colônias, que Israel prefere não evacuar porque abrigam mais da metade dos colonos.

Jerusalém – O presidente da Autoridade Palestina (AP), Mahmoud Abbas, prometeu ontem aos palestinos que "muitos temas que afetam sua vida diária serão resolvidos" em breve, por causa da reunião que teve na segunda-feira em Jericó com o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert.

Em declarações à rádio Voz da Palestina, Abbas explicou que pediu a Olmert que solte mais presos palestinos – após a libertação de 250 no último dia 20 –, mas que o israelense não quis assumir o compromisso por enquanto. "Avaliaremos os resultados após mais duas reuniões", disse o presidente palestino.

Em março, durante uma visita à região feita pela secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, ambos os dirigentes concordaram em se reunir a cada 15 dias, algo que não cumpriram.

Na segunda-feira, Abbas e Olmert tiveram a primeira reunião em território palestino e decidiram "ampliar o alcance das negociações mútuas para aumentar o entendimento e formular um marco legal que permita avançar rumo ao estabelecimento de um Estado palestino o mais rápido possível", nas palavras do israelense.

Na reunião se abordaram os "assuntos fundamentais que são a base para o estabelecimento de um Estado palestino", assinalou o primeiro-ministro israelense à imprensa.

Foi "o primeiro encontro no qual foram tratados os temas básicos para estabelecer um Estado palestino", disse, por sua parte, o chefe negociador palestino e assessor de Abbas, Saeb Erekat, em entrevista coletiva na Muqata (sede da Presidência da Autoridade Palestina) na cidade de Ramalah, na Cisjordânia.

Ambos concordaram que o Mapa de Caminho – o plano de paz apresentado em 2003 pelo Quarteto de Madri (Nações Unidas, Estados Unidos, União Européia e Rússia) – deve ser a base das negociações, porque, disse Olmert, "é aceitável para as duas partes".

"Agora necessitamos de ações e prazos concretos. Nosso povo quer ver resultados", disse Erekat.

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