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Crianças palestinas lembram o milésimo dia do início do bloqueio de Israel contra a Faixa de Gaza | Mohammed Abed/AFP
Crianças palestinas lembram o milésimo dia do início do bloqueio de Israel contra a Faixa de Gaza| Foto: Mohammed Abed/AFP

Má-conduta

Governo indicia dois militares

Folhapress

A procuradoria militar israelense indiciou ontem dois militares por violação ao regulamento ao forçar um menino palestino de nove anos a procurar explosivos durante a ofensiva militar israelense contra o grupo islâmico palestino Hamas na Faixa de Gaza, entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009.

Os dois militares são acusados de terem "violado o regulamento militar", que proíbe uso de civis em atividade operacional, ao obrigar a criança a abrir bolsas onde temiam que pudesse haver explosivos.

Esta é apenas a segunda vez que os militares indiciam criminalmente colegas por conduta errônea na operação de três semanas duramente criticada por crimes de guerra e contra a humanidade.

O Exército afirmou que as investigações sobre a violação começaram em junho de 2009. Ainda não há data para o julgamento. Os militares não foram identificados. O menino envolvido no incidente não ficou ferido.

O presidente da Autoridade Pa­­lestina, Mahmoud Abbas, não re­­tomará as negociações com Is­­rael, a menos que o país cancele seus planos para construir no­­vas casas em um assentamento em Je­­rusalém Oriental. A afirmação foi feita ontem pelo principal negociador palestino, Saeb Erekat, dentro do contexto da vi­­sita do vice-presidente dos Esta­­dos Unidos, Joe Biden, a Is­­rael. "Abbas disse a (o secre­­tário-ge­­ral da Liga Árabe, Amr) Mussa que ele informou ao (vi­­ce-pre­­sidente dos EUA, Joe) Biden on­­tem que não poderia retomar as negociações sem o cancelamento da cons­­trução de 1.600 casas em Je­­ru­­sa­­lém Orien­­tal", afirmou Ere­­kat.

O palestino afirmou mais tarde ontem que um pedido de desculpas de Israel a Joe Biden era "inaceitável". O governo israelense se desculpou por, durante a visita de Biden a Israel, anunciar na terça-feira a construção de mais 1.600 casas em Jerusalém Oriental. Biden, aparentemente, aceitou as desculpas de Israel e afirmou que as construções não deverão afetar a retomada do processo de paz.

Biden, em discurso também ontem, reiterou sua condenação aos assentamentos judaicos na Cisjordânia, instando israelenses e palestinos a que evitem atos que possam "inflamar" a situação. "Eu, a pedido do presidente Obama, condeno isso imediatamente e inequivocamente", disse Biden a respeito dos assentamentos em territórios palestinos. Mas o vice-presidente americano gastou boa parte do discurso a elogiar as relações estreitas entre os Estados Unidos e Israel. Ele disse que os EUA não têm "melhor amigo" que Israel e disse que Washington "fica resolutamente ao lado de Israel contra o flagelo do terrorismo". Biden também afirmou que os EUA estão "determinados a evitar que o Irã adquira armas nucleares".

Os palestinos querem Jerusa­­lém Oriental como capital de seu futuro Estado independente. "O comunicado (israelense) é inaceitável porque fala sobre um erro no cronograma e não no conteúdo, que é a continuação dos as­­sen­­tamentos, que precisam pa­­rar", afirmou Erekat.

Reação interna

Por causa da decisão da administração de construir casas em Je­­rusalém Oriental, o Partido Tra­­balhista de Israel pode deixar o governo. A afirmação foi feita on­­tem pelo ministro da Agricul­­tura, Shalom Simhon.

"Membros do Partido Traba­­lhista têm mais e mais dificuldade de tomar parte em uma coalizão em que eles entraram com o propósito de relançar o processo de paz com os palestinos", afirmou Simhon, que é trabalhista, à rádio do Exército. Segundo ele, o descontentamento do vice-presidente dos Es­­tados Unidos, Joe Bi­­den, com a notícia sobre a expansão no as­­sentamento, é justificada. "Um grave erro foi co­­metido (por Is­­rael) e há um preço a pa­­gar."

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