Islamabad - Soldados americanos vindos do Afeganistão mataram na madrugada de ontem de 7 a 20 pessoas os relatos são contraditórios numa aldeia paquistanesa na zona tribal do Waziristão do Sul. Os militares chegaram em dois helicópteros e dispararam contra três domicílios. Entre os mortos há mulheres e crianças.
O Ministério paquistanês das Relações Exteriores qualificou o incidente de "grave provocação e de "flagrante violação do território do país. Lamentou "a imensa perda de vidas civis e também afirmou, o que é raro na linguagem diplomática do Paquistão endereçada aos EUA, que "se reserva o direito de autodefesa e represália.
O porta-voz do Exército paquistanês, general Athar Abbas, disse ter sido a primeira operação terrestre de forças estrangeiras na fronteira entre seu país e o Afeganistão. Um acordo tácito entre Washington e Islamabad, capitais teoricamente unidas pela guerra ao terrorismo, permitia que a região tribal, um santuário do Taleban e da Al Qaeda, só fosse objeto de bombardeios aéreos. Mesmo assim, o Paquistão exige ser previamente informado, o que desta vez não aconteceu, segundo o porta-voz da embaixada paquistanesa em Washington, Nadeem Kiani.
O Pentágono tem evitado dividir informações com os serviços de inteligência do Paquistão, por acreditar que eles estejam infiltrados por simpatizantes dos extremistas islâmicos e deixem vazar informações que acabam comprometendo operações repressivas.
As relações entre os EUA e o Paquistão atravessam um período de desconfianças mútuas na esteira da renúncia do presidente Pervez Musharraf, aliado de Washington. O Pentágono acusa Islamabad de ineficiência no combate ao terrorismo.
Atentado contra Gilani
Ainda ontem, homens armados do Taleban atiraram nas imediações de Islamabad contra o Mercedes Benz reservado ao primeiro-ministro Yousaf Raza Gilani. Porta-vozes do governo disseram que ele não estava no veículo, que fazia parte de um comboio que iria buscá-lo na base aérea de Chaklala, onde ele desembarcaria de uma viagem à cidade de Lahore.
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