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Um sequestro realizado por militantes islâmicos terminou com a morte de 52 reféns e policiais dentro de uma igreja católica de Bagdá, disseram autoridades nesta segunda-feira.

O incidente - o mais violento no Iraque desde agosto - começou durante uma missa no domingo, quando os pistoleiros tomaram a Igreja de Nossa Senhora da Salvação, uma das maiores da cidade. As mortes ocorreram quando soldados invadiram o local.

Segundo Hussein Kamal, vice-ministro do Interior, houve também 67 feridos. Os militantes reivindicavam a libertação de prisioneiros da Al Qaeda no Iraque e Egito.

Kamal disse que a cifra de mortos incluía civis e membros das forças de segurança, mas não militantes mortos no confronto.

Pelo menos uma bomba explodiu no início da ocupação, e disparos esporádicos foram ouvidos ao longo de várias horas no bairro de Karrada, perto da Zona Verde (área com forte esquema de segurança, onde ficam embaixadas e órgãos públicos).

Soldados e policiais isolaram a área, que era sobrevoada por helicópteros militares dos EUA e do Iraque.

Uma fonte policial disse, pedindo anonimato, que a tentativa de resgate foi extremamente difícil. "Os agressores estavam entre crianças, armados. A maioria das vítimas foi morta ou ferida quando as forças de segurança invadiram o local."

A minoria cristã do Iraque é alvo de frequentes atentados. Explosões em igrejas e assassinatos de padres são relativamente comuns.

"Enquanto eu estava tentando achar a saída, no escuro, andei sobre cadáveres", disse à Reuters uma refém cristã após ser libertada, na noite de domingo.

As autoridades disseram que os sequestradores ameaçavam matar os 120 reféns se os militantes presos no Iraque e Egito não fossem soltos.

Um parlamentar cristão criticou a atuação das forças de segurança, e disse que a falta de um novo governo no Iraque - quase oito meses depois das inconclusivas eleições parlamentares - está sendo explorada pelos insurgentes.

"Esta operação atinge a credibilidade do governo e sua capacidade de lidar, preservar e impor a segurança e a lei", disse o parlamentar Younadam Kana.

"Por causa da sua falta de profissionalismo, e da ação afobada feita pelas forças de segurança na libertação dos reféns, muitos inocentes foram mortos."

O grupo Estado Islâmico do Iraque, ligado à Al Qaeda, assumiu a responsabilidade pelo ataque à igreja, que chamou de "covil sujo da idolatria".

Em nota divulgada por sites radicais islâmicos, o grupo disse que a ação tinha como alvo a Igreja Copta do Egito, e deu a entender que os coptas aprisionam muçulmanas.

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