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A transição na cúpula do poder chinês, que acontece uma vez por década, foi atingida por um novo escândalo devido a um acidente envolvendo o filho de um assessor graduado do presidente Hu Jintao, a bordo de um carro de luxo.

O incidente aconteceu em 18 de março e causou constrangimentos para o Partido Comunista por contribuir com a ideia de que filhos dos seus dirigentes têm vidas de luxo e privilégios. Algumas fontes disseram que o rapaz dirigia uma Ferrari. O pai dele foi rebaixado de cargo.

A China já havia sido atingida recentemente pelo seu maior escândalo político em duas décadas, envolvendo o ambicioso dirigente comunista Bo Xilai e a mulher dele, condenada pelo assassinato de um empresário britânico.

No caso do acidente de trânsito, os detalhes ainda são nebulosos. Ele envolveria o filho de Ling Jihua, de 55 anos, que, segundo a imprensa estatal, foi afastado na semana passada da chefia do Gabinete Geral do Comitê Central - um cargo com status ministerial.

Ling, que é muito ligado a Hu, não foi localizado para comentar o assunto. Ele almejava a uma promoção ao Politburo -instância partidária de definição política- e à chefia do Departamento de Organização do Partido, que supervisiona a nomeação e demissão de funcionários graduados, segundo fontes.

"A liderança central decidiu que o escândalo pelo incidente era sério demais para permitir que Ling Jihua fosse promovido, e Hu Jintao realmente não pôde resistir", disse um funcionário partidário aposentado.

Fontes próximas à liderança disseram, sob anonimato, que três jovens estavam no carro acidentado, e que pelo menos um deles morreu. A identidade das vítima não foi conhecida, e as fontes não sabiam dizer o nome completo do filho de Ling, um rapaz na faixa dos 20 anos.

Uma fonte e um jornalista que já trabalhou numa publicação partidária disseram que o filho de Ling morreu no acidente, e que sua certidão de óbito foi alterada para disfarçar sua identidade.

O jornal South China Morning Post noticiou o suposto acobertamento na segunda-feira, dizendo que o sobrenome do filho do funcionário havia sido alterado para "Jia", que em mandarim soa como "falso". De acordo com o jornal, o rapaz se chamava Ling Gu.

Mas uma segunda fonte ligada à liderança chinesa disse que o filho de Ling não morreu no acidente. O South China Morning Post afirmou que duas mulheres, com idades entre 20 e 40 anos, ficaram gravemente feridas.

Uma empresária que tem laços de parentesco com um dirigente graduado disse que líderes chineses, inclusive o ex-presidente Jiang Zemin, criticaram Ling por tentar abafar o caso.

No fim de semana, Ling foi nomeado para dirigir o Departamento da Frente de Trabalho Unida do partido, o que na prática representa um rebaixamento em relação ao seu cargo anterior.

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