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Curitiba – Nem guerras nem economia. Os temas que irão dominar a reunião do G8 nesta semana são a mudança climática e a ajuda humanitária à África. Os líderes das sete democracias mais industrializadas do mundo (EUA, Japão, Canadá, Itália, Alemanha, Grã-Bretanha e França), mais a Rússia, se reúnem entre quarta e sexta-feira em Heiligendamm, na Alemanha, para a cúpula anual do grupo.

A anfitriã Angela Merkel espera chegar a um acordo sobre a redução da emissão de gases de efeito estufa. A preocupação da chanceler é que o aumento da temperatura no planeta decorrente do aquecimento global não exceda 2ºC até 2100. Para isso, Merkel propõe metas e prazos para cortar pela metade as emissões até 2050. Em depoimento no Parlamento de seu país, ela admitiu que um acordo nesse nível será difícil de ser atingido.

Isso porque o governo de George W. Bush ainda não mostrou interesse em aceitar a medida. Até pouco tempo atrás, o fenômeno do aquecimento global não era nem reconhecido pela Casa Branca. Na última quinta-feira, Bush anunciou uma proposta para reduzir emissões, sem no entanto estabelecer datas ou valores. Defendeu principalmente o desenvolvimento de tecnologias limpas e investimentos em pesquisas.

"Bush acha que a posição alemã é muito radical. Ele aceita a existência do aquecimento global, mas está muito confuso sobre o que deve ser feito e quais metas devem ser estabelecidas", disse à Gazeta do Povo o pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), José Marengo.

Foram convidados para participar do encontro os cinco principais países emergentes, China, Índia, África do Sul, México e Brasil. Os cinco são alvo de críticas dos EUA e parte do motivo alegado por Bush para não ratificar o Protocolo de Kyoto. Numa tentativa de incentivar o desenvolvimento, o documento não coloca restrição de emissão para os emergentes. Se os EUA forem aceitar qualquer tipo de meta para reduzir a poluição, os países em desenvolvimento também terão de aceitar limitações, garantem especialistas.

"A Índia tem um bilhão de pessoas para alimentar e está crescendo. A China também. É preciso observar se EUA, China e Índia não têm o mesmo interesse e se isso não pode ser uma estratégia, uma jogada deles", diz Masimo Della Justina, economista pela London School of Economics e professor da PUCPR.

Outro tema que deve dominar os debates em Heiligendamm é a ajuda à África. A promessa feita pelos líderes do G8 em 2005, na cúpula de Gleneagles, na Escócia, de doar US$ 50 bilhões por ano para o continente até 2010, está próxima do colapso, disse o ex-secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, em abril. Segundo Annan, os países ricos estão a apenas 10% da meta estipulada há dois anos. Cinco nações africanas também foram convidadas para a reunião.

Histórico

O G8 se autodefine como "um clube dos principais países industrializados, que regularmente se encontra e se consulta para fortalecer a amizade e a sincronia do seus pontos de vista sobre os principais assuntos econômicos e políticos internacionais." A primeira reunião foi realizada em Rambouillet, na França, em 1975. A idéia surgiu após a crise do petróleo e a recessão mundial que se seguiu, em 1973. Primeiramente formado por Japão, Itália, Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha, o grupo depois se expandiu com a adesão do Canadá, em 1976, e Rússia, em 1998.

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