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Madri - O acordo fechado entre a UE e seis países centro-americanos (Guatemala, Nicarágua, Hondu­­ras, El Salvador, Costa Rica e Panamá) pressionará o Mercosul a acelerar as negociações com os europeus, afirma o professor Ro­­berto Brazil, da Business School São Paulo.

"O acordo com a América Central foi um caminho europeu para acelerar a negociação com a América do Sul. O Mer­­cosul também percebeu que não pode ficar fora", disse. A UE também fechou acordos de livre co­­mércio com a Colômbia e o Peru, durante a cúpula.

O professor Brazil nota, contudo, que alguns produtos agrícolas brasileiros deverão enfrentar uma concorrência maior dos seus similares centro-americanos, como banana, carne, café e açúcar, nos mercados europeus.

"Isso pode prejudicar os produtores brasileiros, como nos casos da banana e do açúcar. O Brasil também exporta os mesmos produtos que eles à Europa", afirma. "O acordo entre os europeus e os centro-americanos é principalmente agrícola. Mas ele tem ainda mais um significado: a UE, ao fazer esse acordo com a América Central, se fortalece para negociar com o Mercosul, para a importante discussão sobre os produtos agrícolas dos países do Mercosul", diz Brazil.

Com o acordo, Zapatero disse que as exportações dos países centro-americanos à Europa aumentarão em 2,6 bilhões de euros (US$ 3,2 bilhões) por ano, enquanto as exportações europeias para a região crescerão em 2,4 bilhões de euros (US$ 2,95 bilhões) por ano, informou a Associated Press. A UE eliminará 91% das tarifas para produtos centro-americanos, enquanto a América Central deverá eliminar 47% das tarifas para as mercadorias europeias.

Para os produtores centro-americanos, Brazil considera que o acordo é positivo. "Eles vão vender mais café e banana para a Europa e em troca vão receber automóveis europeus". Segundo o acordo, haverá um forte corte nas tarifas europeias de importação para a banana vinda dos países centro-americanos, além de um aumento nas cotas de arroz e carnes que a Europa compra da América Central. Em troca, automóveis europeus poderão ser importados pelos países sem impostos durante dez anos.

A União Europeia ainda precisará ratificar o acordo neste ano, bem como os Congressos dos seis países centro-americanos.

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