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Os pés de Catherine Ashton, da União Europeia, e do ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, durante sessão de fotos em Genebra | Denis Balibouse/Reuters
Os pés de Catherine Ashton, da União Europeia, e do ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, durante sessão de fotos em Genebra| Foto: Denis Balibouse/Reuters

UE

Um porta-voz da chefe de política externa da União Europeia, Catherine Ashton, disse ontem que as potências mundiais estão "fazendo progressos" nas negociações sobre o programa nuclear do Irã. Os seis países – EUA, Rússia, China, França, Grã-Bretanha e Alemanha – deram início ontem a dois dias de negociações. Hoje, diplomatas dos seis países se reúnem para preparar as negociações de Ashton com o chanceler iraniano Mohammad Javad Zarif.

EUA

Em meio ao encontro em Genebra, Irã e EUA mantiveram negociações bilaterais. A reunião de uma hora entre as delegações americana e iraniana, liderada pela subsecretária norte-americana de Estado para Assuntos Políticos, Wendy Sherman, e o vice-chanceler iraniano, Abbas Araqchi, foi uma "conversa substancial e séria", disse um alto funcionário do governo dos EUA. O objetivo é acabar com uma década de impasse sobre as ambições nucleares de Teerã.

  • Ashton sorri ao lado de Zarif no início do encontro entre Teerã e potências ocidentais, sobre o programa nuclear persa

O Irã e as potências mundiais indicaram ontem estar próximos de um acordo preliminar para pôr fim ao impasse sobre o programa nuclear de Teerã, que se arrasta há mais de uma década.

Os avanços foram anunciados no primeiro de dois dias de conversas diplomáticas em Genebra, que ocorrem em meio a reiterados sinais de apaziguamento desde a eleição do conciliador Hassan Rouhani à Presidência do Irã.

Um porta-voz dos EUA disse que o grupo de interlocutores do Irã, que inclui ainda Rússia, China, Reino Unido, França e Alemanha, ofereceu alívio inicial de algumas sanções caso Teerã adote "medidas concretas e verificáveis" para diluir suspeitas de que busca a bomba atômica.

Contornos gerais da proposta foram aventados por um funcionário da diplomacia americana em Genebra. Ele afirmou que Teerã poderia retomar certas transações financeiras e receber parte dos fundos bloqueados no exterior caso desacelere seu enriquecimento de urânio até um acordo definitivo.

O prazo discutido é de seis meses. "Vejo potencial para delinear [este] primeiro passo", disse o americano. Após esse intervalo, haveria novas negociações para um acordo final.

Não está claro se a proposta supõe a interrupção total das atividades nucleares neste período ou se a oferta permitirá a Teerã continuar enriquecendo urânio, desde que em níveis baixos de pureza, para dificultar a eventual busca da bomba. O Irã diz que seu programa tem fins pacíficos.

O número dois da delegação iraniana, Abbas Araghchi, descartou a interrupção do programa nuclear. "A suspensão do enriquecimento de urânio é a linha vermelha para o Irã. [...] O enriquecimento é algo importante para nós e continuará com certeza."

Numa iniciativa vista como reflexo da atmosfera construtiva, diplomatas americanos e iranianos tiveram um encontro bilateral paralelo.

O chefe da delegação iraniana, o chanceler Mohammad Javad Zarif, se disse "otimista" e que as partes poderão "avançar". Em entrevista à CNN, afirmou que um acordo provisório pode ser assinado hoje e previu o acordo final em menos de um ano.

As partes não esclareceram se a proposta das potências leva em conta oferta apresentada pelo Irã no encontro anterior, ocorrido há três semanas, também em Genebra.

O Irã havia oferecido diminuir o grau de pureza do urânio enriquecido e assinar um tratado internacional que submete signatários a inspeções nucleares mais intrusivas e praticamente sem aviso prévio. Em troca, esperava a suspensão das sanções mais severas, que afetam a indústria petroleira.

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