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Um adolescente de 17 anos morreu neste sábado (29) no Bahrein após ser baleado pela polícia quando participava de um protesto antigovernamental, informaram neste sábado fontes oficiais e testemunhas.

Ali Hassan Namah morreu na aldeia de Sadad em função dos ferimentos causados por tiros disparados a queima-roupa pela polícia, o que o transformou no segundo menor morto em circunstâncias similares nos dois últimos meses.

O Ministério do Interior disse em comunicado que o incidente aconteceu depois que um carro da polícia foi alvo de um "ataque terrorista" com coquetéis molotov, o que levou os agentes a responderem "de acordo com a lei".

"Um dos participantes deste ato terrorista ficou ferido e posteriormente declarado morto no mesmo lugar", disse o Ministério.

No entanto, familiares e testemunhas desmentiram em declarações à Agência Efe esta versão, e asseguraram que a polícia realizou uma emboscada contra os manifestantes.

"Estávamos nos manifestando e ele estava à frente", disse à Efe um participante no protesto que pediu para não ser identificado.

"Quando chegamos na estrada principal, um policial que estava escondido abriu fogo a queima-roupa, e quando Namah caiu, o agente pôs seu pé sobre o corpo e lançou gás lacrimogêneo para se assegurar que não podíamos chegar até ele", acrescentou.

Forças de segurança isolaram o local onde o jovem foi morto e ocorreram enfrentamentos entre familiares do adolescente e a polícia, que utilizou gases e bombas de efeito moral para dispersar os manifestantes e os jornalistas presentes.

A morte de Namah é a segunda de um menor em uma manifestação nos dois últimos meses. Em 16 de agosto, Hussam al Haddad, de 16 anos, foi morto pela polícia quando, segundo as autoridades, participava de um "ataque terrorista" contra um veículo.

A morte do rapaz ocorreu horas depois do Bahrein ser eleito representante da Ásia no comitê consultivo do Conselho de Direitos Humanos da ONU.

Segundo a oposição, já morreram nos Bahrein 114 pessoas desde que começaram os protestos contra o regime, em fevereiro de 2011.

Este pequeno reino de maioria xiita é cenário desde então de contínuos protestos populares para pedir reformas políticas, manifestações que foram reprimidas pela força pela monarquia sunita governante.

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