O advogado do ex-presidente da Libéria Charles Taylor abandonou nesta terça-feira o julgamento do ex-líder por crimes de guerra em Haia, na Holanda. O advogado, Courtenay Griffiths, protestava pela recusa dos juízes em aceitar a apresentação atrasada dele de um documento. "Nós não sentimos que seria apropriado para nós participar", disse o advogado, antes de deixar o tribunal, ignorando uma ordem para que se sentasse. Taylor é acusado em 11 quesitos de crimes de guerra e contra a humanidade, supostamente cometidos em Serra Leoa.
O julgamento entrou nesta terça em sua fase final, com os argumentos finais da promotoria. Mas a recusa dos magistrados em aceitar o texto final da defesa, 20 dias após o prazo, foi vista por Griffiths como injusta. "É nosso dever nos retirar", disse ele.
A promotora Brenda Hollis acusou Taylor e sua equipe legal de tentar manipular o caso. "Não há nenhum direito de qualquer acusado de determinar se e quando e sob que circunstâncias eles irão cumprir as regras da corte", afirmou ela. "O acusado não está participando de um evento social."
A juíza Teresa Doherty ordenou que Griffiths se sentasse, advertindo que ele corria o risco de ser acusado por desrespeito ao tribunal, caso não o fizesse. "O julgamento irá prosseguir", disse ela, enquanto o advogado se levantava.
Griffiths saiu do local dizendo a jornalistas do lado de fora que fazia isso para proteger os interesses de seu cliente. Ele disse que a defesa decidiu não participar dos argumentos finais pois, "até onde sabemos, isso é uma completa farsa". "Ao estar no tribunal, eu estou dando uma certa legitimidade, uma certa credibilidade a procedimentos que não merecem isso", argumentou. As informações são da Dow Jones.
-
Mais de 400 atingidos: entenda a dimensão do relatório com as decisões sigilosas de Moraes
-
Leia o relatório completo da Câmara dos EUA que acusa Moraes de censurar direita no X
-
Revelações de Musk: as vozes caladas por Alexandre de Moraes; acompanhe o Sem Rodeios
-
Em jogo ousado, Lula blinda ministros do PT e limita espaços do Centrão no governo
Deixe sua opinião