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As duas mulheres suecas que acusam o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, de crimes sexuais, não estão envolvidas em nenhum complô político contra ele, disse nesta quarta-feira (8) o advogado delas.

Claes Borgstrom disse que os relatos das duas são críveis. Ele também avaliou que são grandes as chances de que a Justiça da Suécia acuse Assange, caso ele venha a ser extraditado e ouvido em depoimento no país.

"Não tem nada a ver com WikiLeaks ou a CIA", disse, ao ser questionado pelo tema.

Assange entregou-se à polícia em Londres, na véspera, e deve ficar detido até 14 de novembro, quando irá novamente depor. Ele afirmou que vai lutar para não ser extraditado.

Assange foi preso na manhã de terça-feira, por conta de uma ordem emitida na Suécia e válida na Europa. O australiano Assange, de 39 anos, nega as acusações de que teria abusado das mulheres, em 20 de agosto passado.

O juiz Howard Riddle recusou um pedido de fiança para que ele ficasse em liberdade. Três britânicos, um deles o diretor de cinema Ken Loach, ofereceram 20 mil libras cada pela liberdade de Assange.

Na audiência, Assange confirmou que não quer ser extraditado para a Suécia.

O australiano é o centro de uma polêmica mundial depois que seu site, especializado em vazar documentos secretos, começou a vazar mais de 250 mil correspondências diplomáticas norte-americanas, o que gerou críticas de governos de todo o mundo, liderados pelo norte-americano.

A Polícia Metropolitana de Londres informou em comunicado que Assange entregou-se e foi preso por volta das 9h30 locais (7h30 do horário brasileiro de verão), em uma delegacia de Londres.

Seu paradeiro anterior à prisão não foi informado.

Um de seus advogados havia informado na véspera que Assange iria se apresentar às autoridades britânicas, após uma negociação.

Assange pode ser extraditado para a Suécia para interrogatório. Ele recebeu das autoridades suecas uma acusação de coerção ilegal, duas acusações de assédio sexual e uma de estupro.

Publicações mantidas

O WikiLeaks disse que vai manter suas operações apesar da prisão de Assange.

"O WikiLeaks está operacional. Continuamos no mesmo caminho planejado", disse Kristinn Hrafnsson, porta-voz da organização. "Qualquer desenvolvimento relacionando com Julian Assange não vão mudar os planos que temos em relação às publicações hoje e nos próximos dias."

Ele disse que o site está sendo mantido por um grupo de pessoas localizado em Londres e em outros locais.

Voluntárias suecas

Assange tem passado grande parte de seu tempo na Suécia. No começo do ano ele foi acusado de má conduta sexual com duas voluntárias suecas do WikiLeaks.

Promotores suecos abriram, suspenderam, e depois reabriram a investigação sobre as alegações. O crime de que ele está sendo acusado é o menos grave de três categorias de estupro. A pena máxima prevista é de quatro anos na prisão.

Se um juiz aprovar, sua extradição será autorizada e não irá violar seus direitos. Então, o juiz ordenará a extradição do fundador do WikiLeaks, apesar de ele ainda poder recorrer contra a decisão em instâncias mais elevadas.

O advogado sueco de Assange disse que seu cliente lutaria contra a extradição e que acredita que as potências estrangeiras estão influenciando a Suécia.

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