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A África poderia acabar com a fome até 2025 se os países adotassem políticas eficazes na criação de empregos, estabilidade política e proteção social, disse uma autoridade da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quinta-feira.

"Os países da África estão fazendo progressos significativos (para acabar com a fome), há um alto nível de comprometimento político", disse o oficial sênior de políticas da Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO), James Tefft, à Thomson Reuters Foundation.

Alguns líderes empresariais, reunidos na Suíça para o Fórum Econômico Mundial, apoiaram essa visão.

Avanços econômicos ao longo dos próximos 15 anos irão "melhorar a vida das pessoas em países pobres mais rápido do que em qualquer outro momento da história", afirmou a Fundação Bill e Melinda Gates numa carta aberta divulgada na quarta-feira.

A África, que abriga sete das 10 economias que mais crescem no planeta, tem a população mais jovem do que qualquer outro continente, afirmou a FAO.

Progresso está sendo feito em muitos países, mas a violência, a má gestão pública e a instabilidade política impedem o avanço de outras nações.

"Nós tendemos a ver a situação da fome e da segurança alimentar como fatores que lideram e estimulam crises complexas", disse Tefft.

Mesmo partes de Somália e Uganda, áreas onde a violência atingiu a produção de alimentos, têm visto melhorias recentemente, disse ele.

Os governos precisam melhorar a ajuda às regiões atingidas pelo conflito para tentar estimular a produção e o emprego e ajudar a resolver crises de violência, disse ele.

A maioria dos alimentos da África é cultivada por pequenos agricultores, e melhorar o acesso deles ao crédito e a insumos como fertilizantes é crucial para aumentar a produção local e criar postos de trabalho, disse Tefft.

Um grupo significativo de Estados africanos cumpriu a Meta de Desenvolvimento do Milênio da ONU de reduzir pela metade a proporção de pessoas famintas em relação a 1990, incluindo: África do Sul, Argélia, Benin, Egito, Etiópia, Gabão, Gâmbia, Malauí, Mauritânia e Togo.

Outros países, como Gana, Camarões e Mali, têm feito ainda melhor, reduzindo o número absoluto de pessoas com fome em 50 por cento ou mais.

Estas melhorias relativas, no entanto, escondem grandes desafios.

O crescimento da população significa que o número absoluto de pessoas que passam fome em todo o continente passou de 217 milhões em 1990 para 227 milhões em 2014, mostraram dados da FAO.

Uma em cada quatro pessoas em toda a África subsaariana ainda está subnutrida, a maior proporção de qualquer região do mundo, de acordo com o relatório da FAO de 2014 "Estado da Insegurança Alimentar no Mundo".

Para cumprir as metas para a redução da fome, os líderes africanos assinaram a Declaração de Malabo no ano passado, estabelecendo uma série de metas, incluindo: aplicar 10% dos gastos públicos na agricultura; dobrar a produtividade agrícola; elevar o crescimento de economias agrícolas em pelo menos 6 por cento ao ano; e triplicar o comércio de bens e serviços agrícolas na África.

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