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Gaza em fumaça durante o 13.º dia da ofensiva de Israel | Reuters
Gaza em fumaça durante o 13.º dia da ofensiva de Israel| Foto: Reuters

Potências ocidentais e Estados árabes chegaram a um acordo sobre um esboço de resolução do Conselho de Segurança da ONU que pode conclamar um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza. Desde 27 de dezembro, o número de mortos é de 763 do lado palestino e 12 em Israel. Os feridos ultrapassam 3,1 mil.

"Em princípio, há um acordo", disse o embaixador Yahya Mahmassani, enviado da Liga Árabe na organização, a jornalistas após um dia de negociações.

O Conselho de Segurança da ONU marcou uma conferência para discutir a situação no Oriente Médio para as 20 horas (de Brasília) desta quinta-feira (8), disse um porta-voz da ONU.

A reunião a portas fechadas foi convocada enquanto países ocidentais e árabes discutiam o texto de uma possível resolução do conselho para exigir um cessar-fogo imediato em Gaza.

Também nesta quinta, o Departamento de Estado americano conclamou Israel, nesta quinta-feira (8), a ampliar o acesso da ajuda de emergência à Faixa de Gaza, tendo em vista sua "desesperadora" situação humanitária.

De acordo com a nota divulgada pelo Departamento, "é preciso ampliar" o corredor humanitário aberto nesta quarta-feira (7) por Israel para que a ajuda chegue a Gaza, onde vivem mais de 1,5 milhão de palestinos.

"Pensamos que os horários devem ser ampliados. É algo em que trabalhamos com os israelenses e com outros", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Robert Wood.

Sem ajuda

A agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA) anunciou nesta quinta-feira (8) que vai suspender todas as suas operações na Faixa de Gaza por conta do "risco" causado pela presença de tropas no território palestino sob ataque.

Um ataque de um tanque israelense nesta quinta-feira matou dois motoristas palestinos de um comboio de ajuda humanitário coordenado pela agência, segundo o porta-voz da entidade em Gaza, Adnan Abu Hasna.

Ele não disse quanto tempo a suspensão vai durar.

Richard Miron, porta-voz da ONU, disse que o Exército de Israel havia sido notificado sobre a passagem do comboio, atingido próximo à passagem de Erez, no norte de Gaza. Segundo Hasna, os caminhões estavam identificados pelo símbolo da ONU.

Depois do incidente, todos os comboios da agência pelas passagens de Erez e Kerem Shalon foram suspensos.

Veja a cobertura completa dos ataques a Gaza

O Exército de Israel disse que está investigando o caso.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, condenou os ataques, segundo seu porta-voz.

O Departamento de Estado americano conclamou Israel, nesta quinta-feira (8), a ampliar o acesso da ajuda de emergência à Faixa de Gaza, tendo em vista sua "desesperadora" situação humanitária. De acordo com a nota divulgada pelo Departamento, "é preciso ampliar" o corredor humanitário aberto ontem por Israel para que a ajuda chegue a Gaza, onde vivem mais de 1,5 milhão de palestinos.

"Pensamos que é necessário ampliar" esse corredor humanitário que Israel abriu para que a ajuda circule por Gaza, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Robert Wood. "Pensamos que os horários devem ser ampliados. É algo em que trabalhamos com os israelenses e com outros", acrescentou o porta-voz.

A Faixa de Gaza teve, pelo segundo dia consecutivo, um cessar-fogo de três horas para que a população civil possa obter mantimentos. A trégua ocorreu novamente entre 13h e 16h (9h e 12h de Brasília), disse Peter Lerner, porta-voz do Exército israelense para a coordenação com os territórios palestinos, que disse que a medida tem por objetivo "permitir que a população se abasteça de artigos essenciais".

A situação humanitária é grave no 13º dia da ofensiva de Israel contra a Faixa de Gaza. Os confrontos já deixaram 763 mortos e 3.100 feridos no território dominado pelo Hamas e mataram ao menos 13 israelenses - nove soldados em ação em Gaza e 4 civis atingidos por foguetes em cidades de Israel.

O número de mortos palestinos subiu de 702 a 763 porque, segundo o médico Muawaiya Hassanein, foi possível recuperar vários cadáveres em escombros de prédios e em campos de batalha durante os períodos de cessar-fogo temporário. Apenas em um campo de batalha, 35 corpos foram achados, segundo ele.

O Departamento de Estado dos EUA pediu que Israel amplie o acesso da ajuda, qualificando de "desesperada" a situação humanitária no território.

Foguetes disparados a partir do território libanês atingiram o norte de Israel na manhã desta quinta, deixando duas pessoas feridas. Israel revidou ao ataque com um bombardeio na área de origem dos ataques. O ataque despertou temores de que um "segundo front" abra-se no conflito.

Três horas depois do ataque, houve o anúncio de novos disparos, mas foi um "alarme falso". O alarme antiaéreo no norte de Israel teria sido disparado pelo estrondo de um avião ultrapassando a barreira do som, segundo o Exército. O incidente ocorreu por volta das 11h locais (7h de Brasília). O exército do Líbano confirmou a versão.

Ainda não foi confirmado quem lançou os foguetes, mas representantes do movimento islâmico palestino Hamas no Líbano negaram responsabilidade, e a milícia xiita libanesa do Hezbollah disse ao governo libanês que não está envolvida.

O porta-voz da polícia israelense, Micky Rosenfeld, disse que os foguetes atingiram três lugares diferentes na região da Galiléia, ao Norte de Israel.

Fontes da agência de notícias Reuters no Líbano contaram que de três a cinco foguetes foram disparados.

Cinco bombardeios "localizados" já foram feitos por Israel na área do Líbano de lançamento dos foguetes em resposta ao ataque.

O governo do Líbano condenou os ataques e pediu aos seus serviços de segurança que investiguem o incidente, que é uma violação da resolução do Conselho de Segurança da ONU que interrompeu, em 2009, a guerra entre o Hezbollah e Israel.

O ministro Rafi Eitan, do gabinete de Israel, culpou os palestinos pelo ataque e isentou o Hezbollah. Segundo ele, trata-se de "incidentes isolados".

A Força das Nações Unidas no Líbano (Finul) foi posta em "estado de alerta reforçado" depois dos disparos, localizados em seu setor de atuação, disse uma fonte militar francesa à France Presse.

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, disse que tratou-se de um "incidente isolado" e afirmou esperar que isso não provoque o agravamento do conflito.

Mais combates

Enquanto isso, os combates entre tropas de Israel e militantes do Hamas prosseguiam em Gaza.

Cinco ativistas islâmicos morreram nesta quinta em ações de tanques e da aviação israelense, de acordo com fontes médicas.

Uma mulher de 40 anos morreu e 10 pessoas foram feridas em outro ataque a Beit Lahya.

Também foram registrados combates no sul da Faixa, na área de Kissufim, uma passagem entre o território palestino e Israel.

Além disso, duas mulheres morreram em um bombardeio em Khan Yunes, sul do território.

Durante a noite, o Exército israelense bombardeou os túneis de Rafah, pelos quais entrariam materiais de contrabando a partir do Egito, segundo Israel.

Os bombardeios destruíram 18 casas palestinas. Centenas de famílias que residem na área já haviam fugido, depois que o Exército de Israel lançou panfletos de advertência na região.

Diplomacia

EUA, França e Reino Unido propuseram nesta quinta aos países árabes um projeto de resolução pedindo um cessar-fogo imediato em Gaza, disseram diplomatas.

De acordo com fontes citadas pela France Presse e pela Reuters, o Reino Unido redigiu o texto e o submeteu a EUA e França, que o aprovaram. Depois, ele foi apresentado a diplomatas de países árabes em Nova York.

Dois representantes de Israel discutiriam nesta quinta-feira no Cairo as propostas de cessar-fogo elaboradas pelo presidente do Egito, Hosni Mubarak, e da França, Nicolas Sarkozy.

O plano prevê um cessar-fogo imediato com duração limitada para permitir a abertura de corredores humanitários. Os egípcios se esforçam para obter, ao mesmo tempo, uma trégua permanente e a segurança das fronteiras da Faixa de Gaza antes de uma possível reabertura.

O Hamas afirma ter "reservas" e considera que o plano egípcio não deve ser encarado como um "tudo ou nada".

Organizações palestinas com sede em Damasco, incluindo o Hamas, afirmaram que a iniciativa egípicia "não constitui uma base válida" para uma trégua, segundo indicou Jaled Abdel Mayid, chefe da Frente de Luta Palestina (FLP) e porta-voz das organizações palestinas com sede em Damasco.

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