Em resposta à epidemia de Ebola, a maior registrada na história, agências reguladoras de medicamentos devem concentrar esforços e ampliar a cooperação para acelerar a avaliação de tratamentos potencialmente capazes de combater a doença. O apelo foi feito por representantes das agências, em um documento divulgado no encerramento da 16.ª Conferência Internacional de Autoridades Reguladoras de Medicamentos, realizada no Rio.

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Pela manhã, participantes do encontro observaram que um número restrito de medicamentos foi desenvolvido para o tratamento da doença, como o ZMAPP americano, mas até agora nenhum teve segurança e a eficácia comprovadas. Diante da situação de emergência, uma colaboração entre agências e a Organização Mundial de Saúde (OMS) se faz necessária, para acelerar a avaliação dos tratamentos. O documento chama a atenção também para a necessidade de inovar no formato dos testes clínicos para situações em que não é possível colocar em prática regras tradicionais.

O diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Dirceu Barbano, afirmou que o País se juntará ao esforço internacional. "Embora o desenvolvimento de novos medicamentos contra o vírus Ebola esteja em curso, é importante que as medidas alternativas de saúde sejam mantidas, tais como a detecção precoce, o rastreamento e o monitoramento de pessoas que tiveram contato com doentes e a adesão a procedimentos rigorosos de controle de infecção, bem como medidas educativas".

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Ainda ontem, o Ministério da Saúde coordenou exercício no Rio para simular as medidas de resposta a um possível caso de Ebola. A simulação começou no Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, por volta das 9 horas, e terminou às 11h25 na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, o hospital referência no Rio para uma eventualidade da doença. Os próximos exercícios simulados para receber infectados, ainda sem data definida, serão realizados nos aeroportos de Brasília e Guarulhos.

África. Ontem, o Senegal foi o sexto país a relatar um caso de Ebola - trata-se de um estudante da Guiné que escapou do controle sanitário. Há casos confirmados em Libéria, Serra Leoa, Nigéria, Congo e Guiné.

A chegada da doença no Senegal, que é um destino turístico e cuja capital é um importante centro de operação de voos comerciais na região, mostra que o surto não está sob controle, apesar dos esforços da OMS, do Médicos sem Fronteiras (MsF) e de outras organizações. Nesta sexta-feira, a Organização Mundial de Saúde disse que a última semana foi o período em que se registrou o maior número de casos - mais de 500 - desde o início do surto. A maioria dos casos aconteceu na Libéria, mas a agência diz que aumentou o número de infectados na Guiné e em Serra Leoa.

"Há sérios problemas com a gestão de casos e prevenção e controle de infecção", diz o documento. "A situação está piorando na Libéria e em Serra Leoa", países que não têm espaço suficiente para pacientes nos centros de tratamento.

A Libéria ainda informou que vai reabrir hoje um bairro pobre onde 75 mil pessoas foram isoladas para conter o avanço da epidemia. O ministro das Informações, Lewis Brown, afirmou que a suspensão da quarentena não significa que não exista risco de contaminação, só que há dúvidas sobre o método - houve até confronto com o Exército, com um morto. Brown disse que agora espera apoio da população para conter o surto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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