A água subterrânea no entorno da usina nuclear Daiichi, em Fukushima, pode estar contaminada pela radiação, afirmaram hoje reguladores nucleares japoneses. Enquanto isso, a companhia proprietária da usina afirmou que parte dos dados divulgados por ela pode estar incorreta e eles serão reavaliados.

CARREGANDO :)

Por ora, os reatores danificados da usina permanecem estáveis. Com isso, a proprietária, Tokyo Electric Power (Tepco), e as autoridades têm tempo para retirar parte da água radioativa dos prédios dos reatores 1, 2 e 3. A presença dessa água atrapalha os trabalhos de reparo dos sistemas de resfriamento, para que possa ser obtida uma solução de longo prazo para a crise.

"É bastante provável que haja um certo nível de contaminação na água subterrânea", afirmou Hidehiko Nishiyama, funcionário da Agência de Segurança Nuclear e Industrial. Segundo ele, serão tomadas mais amostras para se determinar o nível da contaminação e suas fontes.

Publicidade

A Tepco informou ontem que a concentração de material radioativo estava dez mil vezes maior que o considerado seguro pelo Japão em uma amostra de água tomada perto do reator 1. Porém os números foram depois cancelados e um porta-voz da Tepco disse que a empresa revisa dados sobre radiação divulgados desde 22 de março.

É o último de uma série de fatos que prejudica a reputação da Tepco, desde o início da crise nuclear em 11 de março, quando um violento terremoto e um subsequente tsunami danificaram a usina.

Não está claro se a contaminação na água sob a usina pode se espalhar, nem a origem dela. A agência de segurança japonesa anunciou que começará a borrifar resinas sintéticas perto de reatores, para reduzir a contaminação pelo ar. Com isso, diminui o risco dessas partículas se disseminarem pelo ar.

Veja também
  • Japão busca ajuda da França e dos EUA contra crise nuclear
  • Radiação em subsolo de usina no Japão está 10 mil vezes o normal
  • Japão pode ampliar área de isolamento ao redor de usina
  • Radiação no mar é 4.385 superior ao normal no Japão
  • Japão estuda o fechamento dos reatores de Fukushima