O oposicionista Efraín Alegre (foto) pretende manter em Tel Aviv a embaixada paraguaia em Israel, enquanto Santiago Peña, do Partido Colorado, quer transferi-la para Jerusalém| Foto: EFE/Raúl Martínez
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A embaixada do Paraguai em Israel, a exemplo do que ocorre a respeito do reconhecimento de Taiwan, é um grande ponto de divergência na área de relações exteriores entre os principais candidatos à presidência do país sul-americano.

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A eleição será realizada neste domingo (30) e Santiago Peña, do governista Partido Colorado, e Efraín Alegre, que encabeça uma coalizão oposicionista que vai da esquerda à centro-direita, aparecem nas primeiras posições nas pesquisas de intenção de voto.

Nesta semana, em comunicado enviado à Agência Telegráfica Judaica (JTA, na sigla em inglês), Alegre afirmou que manterá a embaixada do Paraguai em Tel Aviv caso seja eleito.

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Ele citou resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas que “deixaram claro o status de Jerusalém, não aceitando sua anexação ou sua declaração como capital de Israel. Esta posição é compartilhada por todas as nações, com apenas algumas exceções”.

“Existe um grande potencial de intercâmbio e cooperação entre Paraguai e Israel, e o Paraguai continuará a defender o direito de Israel a uma existência pacífica. De fato, existe uma longa relação de amizade entre nossas nações. O voto do Paraguai nas Nações Unidas em 1947 foi o que deu a maioria para o reconhecimento de Israel como um estado independente. Esses laços estreitos não estavam, nem estão agora, sujeitos ao status de Jerusalém”, acrescentou o candidato oposicionista.

Peña, por sua vez, reiterou em debate organizado pela Câmara de Comércio Paraguaio-Israelense (Cacopi) em março que uma das suas primeiras ações caso eleito será transferir a embaixada do Paraguai para Jerusalém. “Nosso país reconhece essa cidade como a capital do Estado de Israel”, afirmou.

O reconhecimento internacional de Jerusalém como capital de Israel é uma reivindicação antiga do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que no final de 2022 voltou ao poder.

Em dezembro de 2017, os Estados Unidos, então presididos por Donald Trump, anunciaram a transferência da sua embaixada para Jerusalém, e no ano seguinte, o então presidente paraguaio, Horacio Cartes, tomou a mesma medida.

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Entretanto, poucos meses depois, o sucessor dele e atual presidente, Mario Abdo Benítez (correligionário de Cartes e Peña), voltou atrás e transferiu a embaixada de volta para Tel Aviv.

“O Paraguai quer contribuir para uma intensificação dos esforços diplomáticos regionais para alcançar uma paz ampla, justa e duradoura no Oriente Médio”, justificou à época o então ministro das Relações Exteriores, Luis Alberto Castiglioni.

Hoje, apenas Estados Unidos, Guatemala, Honduras e Kosovo mantêm embaixadas em Jerusalém.

A comunidade judaica no Paraguai aguarda com ansiedade que o país transfira novamente sua embaixada em Israel para Jerusalém, embora não manifeste apoio a qualquer candidato na eleição presidencial.

“Nós, como comunidade, mantemos relações muito boas com todos os governos e continuaremos a trabalhar com quem for eleito”, disse Mariano Mirelman, diretor executivo da Comunidade Judia do Paraguai, à JTA.

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Penã e Alegre manifestaram ao longo da campanha divergências também sobre o reconhecimento diplomático de Taiwan. O Paraguai é um dos 13 países que mantêm relações diplomáticas com a ilha, mas Alegre informou que, se eleito, romperá esses laços e reconhecerá a China.

Peña apontou que, num eventual governo seu, buscará estreitar relações comerciais com a China, mas manterá o reconhecimento de Taiwan.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]