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A Alemanha precisa atenuar as restrições à imigração, pois carece de profissionais qualificados para progredir economicamente, disse um importante especialista do país em demografia.

Reiner Klingholz, diretor do Instituto para a População e o Desenvolvimento, de Berlim, disse que a imigração para a Alemanha praticamente parou nos últimos dois anos, embora o tema continue gerando um acalorado debate no país.

Ele argumentou que, embora existam na Alemanha 3 milhões de desempregados, o país precisa desesperadamente da mão de obra estrangeira. "Precisamos de trabalhadores agora", disse ele à Associação da Imprensa Estrangeira. "Não podemos esperar dez anos para que os desempregados se tornem engenheiros formados. A imigração é essencial para a Alemanha."

Antigamente, a Alemanha chegava a receber 200 mil imigrantes por ano, mas nos últimos dois anos o saldo foi uma saída de 15 mil estrangeiros, segundo Klingholz. Novas restrições - como testes de aptidão no idioma local - fizeram com que a migração oriunda da Turquia praticamente parasse.

Na década de 1960, o recrutamento dos "Gaestarbeiter" ("trabalhadores convidados", especialmente a mão de obra desqualificada) vindos da Turquia foi um elemento importante no chamado "milagre alemão" do pós-Guerra. Agora, vários países de fora da União Europeia, inclusive a Turquia, oferecem os trabalhadores mais qualificados de que a economia necessita.

A Câmara Alemã da Indústria e Comércio diz que a Alemanha carece de cerca de 400 mil profissionais qualificados, e deveria supri-los por meio da imigração.

Há meses a Alemanha está mergulhada num debate sobre o lugar dos imigrantes na sociedade, depois da publicação de um livro de Thilo Sarrazin, ex-presidente do Banco Central, intitulado "Deutschland schafft sich ab" ("A Alemanha acaba consigo mesma").

Ele argumentava que muitos imigrantes não conseguiram se integrar à sociedade local - ideia que tem amplo apoio na opinião pública e entre políticos conservadores.

Klingholz disse que a escassez de trabalhadores na Alemanha vai piorar nos próximos anos. O número de pessoas em idade economicamente ativa - 18 a 65 anos - deve cair 30 por cento até 2050.

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