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Londres (AFP/EFE) – Na mesquita de Whitechapel, a leste de Londres, os muçulmanos temiam o aumento da hostilidade contra eles na região, por parte da população britânica, já que os ataques têm se multiplicado contra sua comunidade. "Recebemos três alertas de bomba em duas semanas", afirma Diloyar Khan, diretor da Mesquita de East London. Ele afirma ter recebido também dezenas de mensagens telefônicas e eletrônicas com insultos.

Ontem pela manhã, um novo alerta foi emitido, no dia seguinte à segunda onda de atentados em Londres, enquanto a mesquita aguardava seus fiéis para as preces semanais. "Há uma bomba na mesquita. Vocês devem deixar o prédio ao meio-dia", declarou um homem pelo telefone.

O prédio foi esvaziado imediatamente, e após procurar por quase uma hora, a polícia, que não encontrou nada, autorizou a reabertura do local.

As forças da ordem tinham pedido aos moradores do local que não saíssem de suas casas como medida de precaução, segundo a BBC, que disse ainda que, aparentemente, tratou-se de um falso alarme. De acordo com a rede de tevê, a decisão de rodear a mesquita foi tomada depois que pacotes suspeitos foram encontrados.

"Vim porque meu filho assiste às aulas de um curso de educação religiosa", disse Nizam Ul Haq, 35 anos. Este homem de origem paquistanesa é um dos fiéis que acompanham as orações todas as sextas-feiras. De acordo com a Comissão Islâmica dos Direitos do Homem, cerca de 200 incidentes de caráter racista ocorreram desde 7 de julho.

A mesquita de Whitechapel situa-se em East End, um tradicional bairro habitado por imigrantes na capital, onde moram hoje, principalmente, pessoas vindas do Paquistão e de Bangladesh.

Os fiéis são pais de família com seus filhos, jovens, e algumas mulheres, que entram por uma porta especial e possuem sua própria sala de orações.

"Algumas pessoas querem aterrorizar os londrinos", afirmou por sua vez à imprensa Muhammad Abdul Bari, que preside a mesquita, mas "nós não devemos deixar o terrorismo mudar nossas vidas". E frisou que desde o dia 7 de julho, data da primeira onda de atentados em Londres, os muçulmanos receberam "o apoio de outras comunidades" do país.

Mas as queixas relativas à crescente hostilidade contra os muçulmanos são comuns entre os membros da comunidade, em Whitechapel. "Nós sentimos pelo olhar das pessoas", afirma Fatima al-Katez, 23 anos, originária do Iraque, que usa a tradicional burca negra, uma espécie de vestido longo que cobre dos pés à cabeça, deixando que apareça apenas o rosto. E quando foi perguntado a ela se tinha medo, respondeu: "Sim, com certeza, porque (os terroristas) fizeram aquilo em nome do islã".

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