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Manifestante exibe foto de Mubarak em ato a favor do governo | Patrick Baz / AFP
Manifestante exibe foto de Mubarak em ato a favor do governo| Foto: Patrick Baz / AFP

Washington defende mudança já

Em seu pronunciamento mais incisivo sobre a crise do Egito até o momento, a Casa Branca indicou ontem que os egípcios precisam de uma mudança "para ontem’’.

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Ramallah, Cisjordânia - O rei da Jordânia demitiu seu gabinete de governo e o presidente da Autoridade Nacional Pa­­les­­tina (ANP) prometeu realizar eleições que vinham sendo seguidamente adiadas, tudo em um mo­­mento no qual os aliados dos Es­­tados Unidos no Oriente Médio sofrem pressão para que promovam reformas democráticas em meio ao levante popular no Egito.

A pressão ocidental por reformas políticas na região fracassou em diversas ocasiões no passado recente e resultou no fortalecimento dos islâmicos em detrimento de grupos moderados pró-Estados Unidos.

A revolta da população egípcia contra o presidente Hosni Mu­­barak, a apenas alguns meses de completar 30 anos no poder, traz à tona duas questões mais urgentes: o levante se espalhará e provocará instabilidade em ou­­tros países? Ele ajudará a fomentar a democracia no mundo árabe?

Na Síria, uma campanha pela internet convoca manifestações antigovernamentais para amanhã e sábado. No Sudão, circulam pela internet mensagens chamando para um protesto hoje. No Iêmen, o presidente Ali Abdullah Saleh anunciou que não será candidato em 2013 numa tentativa de acalmar os opositores.

Na Jordânia, Abdullah II en­­frenta encarniçada oposição da Irmandade Muçulmana, um mo­­vimento pan-árabe de fun­­damen­­talistas islâmicos com raízes no Egito, onde o grupo é ferrenho opositor de Mubarak. O Hamas é a facção palestina do movimento.

Na terça-feira, Abdullah II ce­­deu à pressão do público por re­­formas e demitiu seu governo de­­pois dos protestos inspirados nos recentes acontecimentos no Egito e na Tunísia. O monarca instruiu o novo primeiro-ministro, Marouf al-Bakhit, a corrigir os erros do passado e promover "uma reforma política verdadeira, que aumente a participação popular no processo de decisão".

Grupos de oposição desqualificaram as mudanças como cosméticas. "Nós rejeitamos o novo primeiro-ministro e continuaremos a protestar até que nossas exigências sejam atendidas", declarou, Hamza Mansour, líder da Frente de Ação Islâmica, maior grupo de oposição ao governo da Jordânia.

A oposição jordaniana declara não buscar mudança de regime, mas quer restringir os poderes do rei. A constituição jordaniana dá ao monarca autoridade exclusiva para indicar primeiros-ministros, dissolver o Parlamento e governar por decreto; a oposição defende que o cargo de primeiro-ministro seja ocupado por líder eleito pela maioria parlamentar.

Abbas tem temores similares. Desde que o Hamas consolidou seu poder em Gaza, Abbas passou a reprimir os grupos islâmicos estabelecidos na Cisjordânia, o que levou à limitação das liberdades democráticas no território. Suas forças de segurança constantemente promovem ações contra ativistas do Hamas e batidas em instituições aliadas.

Na Argélia, enquanto isso, o governo advertiu aos organizadores de um enorme protesto planejado para ocorrer na capital do país em 12 de fevereiro que eles se­­rão responsabilizados se a passeata tornar-se violenta e proibiu a manifestação.

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