Tóquio Pequenos tsunamis atingiram a ilha mais setentrional do Japão ontem à noite, depois que um violento terremoto provocou um alerta contra ondas gigantes no norte do Japão e no semi-deserto arquipélago russo de Kurilas. Uma onda de 40 centímetros foi registrada pouco depois das 22 horas (11 horas em Brasília) perto de Nemuro, na Ilha de Hokkaido, quase duas horas depois do terremoto, que teve magnitude estimada em 8,1graus na escala Richter.
Inicialmente, as autoridades de Hokkaido previam tsunamis de 1 a 2 metros de altura. Por isso milhares de pessoas foram aconselhadas a procurar abrigo em locais altos. Agentes da Defesa Civil saíram às ruas para fazer o alerta. Com a redução constatada, a agência meteorológica japonesa suspendeu o alerta de tsunami às 13h32 (horário de Brasília).
Segundo relatos, o tremor não foi sentido em Hokkaido, mas mesmo assim as pessoas estavam sendo aconselhadas a sair das áreas litorâneas.
As autoridades russas também declararam estado de alerta na região. Por precaução, os serviços ferroviários foram suspensos na parte leste de Hokkaido. O Serviço Geológico dos EUA notificou a ocorrência de um tremor de magnitude 8,3 às 9h14 (horário de Brasília), com foco 27,7 quilômetros abaixo do leito marinho. Houve dois tremores secundários significativos, de magnitudes 6,5 e 6,3.
Disputa
Os japoneses chamam as Kurilas de ilhas Chishima e reivindicam para si as quatro ilhas russas mais próximas de Hokkaido, que chamam de Territórios do Norte. A União Soviética conquistou as ilhas, que Moscou chama de Kurilas do Sul, no fim da Segunda Guerra Mundial. A disputa continua, e impede os dois países de assinarem um tratado de paz.
O alerta de tsunami abalou a região que em 1993 enfrentou ondas gigantes após um terremoto de 7,8 graus que matou cerca de 200 pessoas na Ilha de Okushiri, a sudoeste de Hokkaido. No dia 26 de dezembro de 2004, mais de 230 mil pessoas morreram no tsunami que atingiu, principalmente, o sudeste asiático.
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